“Os senhores são muito injustos”. Costa para professores: “Estão a protestar contra um governo que pôs fim ao congelamento da carreira”

10 jun 2023, 13:33

O primeiro-ministro foi alvo de duras críticas por parte da dezena de professores que se juntaram em protesto nas comemorações do Dia de Portugal. E não se coibiu, também ele, de criticar

Rodeado de docentes com cartazes onde pedem a sua demissão, o primeiro-ministro António Costa envolveu-se este sábado numa acesa discussão com uma professora que estava no protesto que se realizou no Peso da Régua, onde se assinala as celebrações do Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades.

“Os senhores também têm que ouvir os outros, pedem respeito e têm também que respeitar os outros”, começou por dizer o chefe do Executivo. “Posso falar?”, perguntou a uma professora. E assim começou uma tentativa de diálogo sempre a ser interrompida por ambas as partes: tanto a docente, com 40 anos de carreira, e o primeiro-ministro tentaram falar, mas sempre interrompidos um pelo outro.

“Os senhores têm todo o direito de lutar”, disse o primeiro-ministro, frisando que “os protestos fazem parte da liberdade e da democracia”, mas rapidamente defendeu que os professores estão a ser “muito injustos” por “não reconhecerem o seguinte: os senhores tiveram muitos anos com a carreira congelada”. 

“Posso falar?”, questionou novamente, tentando explicar o seu ponto de vista. “Eu descongelei a [vossa] carreira”. “Estão a protestar contra um governo que pôs fim ao congelamento da carreira, que pela primeira vez está com a carreira descongelada desde 2018, uma carreira que nunca teve tantos anos sucessivos de descongelamento e tem estado descongelada e com a garantia que não volta a congelar”, tendo sido interrompido novamente pela professora numa altura em que os gritos de “respeito” e “há dinheiro para todos menos para a escola” se faziam ouvir com mais intensidade. 

Num bate-boca com a docente, António Costa chegou mesmo a pegar num cartaz onde se lê “respeito”. “Com licença, posso agora eu [falar]?”, perguntou já com o cartaz que tirou da mão da professora. “Respeito que agora é a minha vez de falar. O respeito tem de ser dos dois anos”. 

Aos professores que estavam a protestar, o primeiro-ministro garantiu que quer “negociar com os sindicatos” e explicou que “a recuperação do tempo que foi feita” com o descongelamento da carreira “foi exatamente na mesma medida que foi para as restantes carreiras, representa 70% do tempo congelado”.

 

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