Pedidos de adesão da Suécia e da Finlândia à NATO são sinal da "derrota estratégica" da Rússia, diz Costa

Beatriz Céu , com LUSA
19 mai 2022, 09:06

António Costa assinou esta manhã, em Bucareste, um acordo de cooperação militar com a Roménia, país que tem já um histórico de 27 anos de relações com Portugal na área da Defesa

O primeiro-ministro, António Costa, defendeu esta quinta-feira que os pedidos de adesão da Finlândia e da Suécia à NATO são "um sinal das dimensões importantes da derrota estratégica que a Rússia está a sofrer" na Ucrânia, contrastando com a "unidade reforçada" que tem sido demonstrada pela NATO e pela União Europeia.

Em conferência de imprensa na Roménia, junto do seu homólogo, o general Nicolae Ciucã, António Costa disse não ter dúvidas de que, "tal como a história o tem demonstrado, a NATO sairá reforçada destes pedidos de adesão".

Perante os jornalistas, Costa reiterou o "total apoio" do Governo português ao duplo pedido de adesão à aliança atlântica. 

"A paz na Europa é uma urgência e a melhor forma de que o podemos fazer através de uma aliança defensiva, como a NATO, é transmitindo uma mensagem clara de unidade, de força na capacidade de dissuasão e de que não toleraremos uma guerra na Europa", apontou.

O primeiro-ministro aproveitou ainda para apelar ao cessar-fogo "imediato" da "guerra ilegal" na Ucrânia, "onde devem ser preservadas vidas humanas, a integridade do direito internacional, o direito à soberania e integridade territorial".

António Costa esteve esta manhã em Bucareste para assinar um acordo de cooperação militar com a Roménia, país que tem já um histórico de 27 anos de relações com Portugal na área da Defesa.

Acompanhado pela ministra da Defesa, Helena Carreiras, e pelo secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros e da Cooperação, Francisco André, o chefe do executivo tem ainda previsto para esta noite um jantar de trabalho com o primeiro-ministro romeno.

O ponto alto da presença de António Costa na Roménia acontecerá na quinta-feira ao início da tarde, quando visitar com o presidente da República, Klaus Iohannis, e o primeiro-ministro romeno, Nicolae Ciucã, o contingente militar português na base da Caracal, que partiu de Lisboa em abril e que é composto por 222 militares.

Costa manifesta apoio de Portugal à entrada da Roménia na livre circulação europeia

O primeiro-ministro manifestou também o apoio de Portugal à entrada da Roménia no espaço Schengen, de livre circulação europeia, e defendeu sinergias entre os dois países da execução dos respetivos planos de Recuperação e Resiliência (PRR).

“Somos plenos apoiantes da adesão da Roménia ao espaço Schengen. Essa integração no espaço Schengen facilitará seguramente a circulação dos romenos em direção a Portugal, dos romenos residente em Portugal na vida ao seu país e o intercâmbio entre os dois povos”, afirmou o líder do executivo português, numa declaração em que elogiou o papel desempenhado pela comunidade romena em Portugal.

António Costa disse depois que, durante as conversações com o primeiro-ministro da Roménia, foram identificados novos domínios de cooperação nas áreas económica e energia.

“As oportunidades que os PRR abrem aos dois países oferecem também oportunidades de trabalharmos em conjunto, explorando sinergias e, com isso, rentabilizarmos os apoios concedidos pela União Europeia”, sustentou o primeiro-ministro português.

Antes, o primeiro-ministro romeno tinha demonstrado interessado em explorar parcerias com Portugal na área das energias renováveis e apontou que os dois países têm “interesses em comum” no domínio do desenvolvimento de baterias.

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