"Só uma Europa forte continuará a apoiar a Ucrânia". Portugal, Espanha, Itália e Grécia com proposta comum para atenuar o aumento dos preços da energia

18 mar 2022, 13:39
António Costa, Mario Draghi e Pedro Sánchez (ANSA/Ettore Ferrari)

António Costa realça que ao encontro europeu de dia 24 e 25 de março terá de traduzir-se num “Conselho Europeu de decisões efetivas com tradução imediata”

António Costa esteve reunido esta sexta-feira com Pedro Sánchez, Mario Draghi e Kyriákos Mitsotákis (este por videoconferência), em Roma. A Cimeira entre os primeiros-ministros de Portugal, Espanha, Itália e Grécia teve como propósito delinear uma estratégia conjunta sobre o aumento dos preços da energia, efeito colateral da guerra na Ucrânia.

Após a reunião, o primeiro-ministro português reiterou que é imperativo "responder a este tema da energia no curto prazo”, lembrando que o próximo Conselho Europeu, com encontro marcado para os dias 24 e 25 de março, terá de culminar com "decisões concretas que sejam imediatamente aplicáveis".

Temos de “trabalhar em conjunto, de forma a que o Conselho Europeu da próxima semana não seja mais um em que encomendamos estudos, mais um em que damos orientações, mas que seja um Conselho Europeu onde tomemos decisões concretas que sejam imediatamente aplicáveis e que respondam às necessidades das nossas famílias e das nossas empresas”, referiu.

De acordo com António Costa, desta cimeira dos países do sul do continente terá saído "um ponto de entendimento comum sobre a melhor forma de conseguirmos criar a unidade entre todos os 27 estados-membros” relativamente às medidas que permitam minimizar o impacto da subida dos preços da energia.

A principal questão agora é controlar o preço da gás, que tem vindo a subir após o corte no fornecimento russo que abastecia vários países da Europa. Costa destaca que o crescimento do preço desta energia está a provocar "a contaminação da formação do preço da eletricidade" e isso tem de ser travado.

O primeiro-ministro realçou que a próxima reunião dos primeiros-ministros europeus terá de traduzir-se num “Conselho Europeu de decisões efetivas com tradução imediata”.

“Havia diferenças técnicas entre os quatro [Portugal, Espanha, Itália e Grécia] que foram ultrapassadas, temos agora uma proposta comum e vamos, durante a próxima semana, trabalhar com os outros 23 estados-membros de forma a chegarmos ao próximo Conselho Europeu em condições de ela poder ser aprovada. Sendo que se não for aprovada, entre Portugal e Espanha temos neste momento as condições e a decisão tomada de avançarmos em conjunto no âmbito do mercado ibérico para a fixação deste novo mecanismo”, garantiu António Costa.

Contudo, as divergências entre a UE podem não vir a ser ultrapassadas, porque enquanto Portugal e Espanha propõem um teto para os preços do mercado grossista da eletricidade, a Alemanha prefere uma solução que não altere o desenho do mercado. Já a Comissão Europeia coloca em cima da mesa a possibilidade de tributar lucros e depois redistribuí-los entre os consumidores de energia e não fechou a porta à possibilidade de se fixar limites de preços do mercado retalhista. 

Para além da crise do setor energético, António Costa garantiu que uma Europa enfraquecida não será capaz de continuar "a ter força para apoiar a Ucrânia" e para "garantir a paz".

“Só uma Europa forte continuará a ter força para apoiar a Ucrânia. Só uma Europa forte terá capacidade de reforçar o seu investimento em segurança, de reforçar o seu investimento em defesa de forma a garantir a paz”, alerta.

Governo

Mais Governo

Patrocinados