Costa vai processar Carlos Costa por denúncias de alegada pressão do PM a favor de Isabel dos Santos

10 nov 2022, 21:14
António Costa (Lusa/José Sena Goulão)

Gabinete do Primeiro-ministro confirmou ao ECO que Costa vai processar Carlos Costa por declarações no livro "O Governador", de Luís Rosa. O advogado Magalhães e Silva será o defensor do PM.

O primeiro-ministro António Costa vai processar o ex-governador do Banco de Portugal (BdP). Em causa as denúncias feitas pelo homem que esteve à frente do BdP durante dez anos (2010 a 2020), no livro “O Governador”, da autoria do jornalista Luís Rosa, que revelam que o primeiro-ministro António Costa terá feito pressão sobre Carlos Costa, para que Isabel dos Santos se pudesse manter na administração do Banco BIC.

“O Primeiro-Ministro constituiu seu advogado Dr. Manuel Magalhães e Silva para adotar os procedimentos legais adequados contra o Dr. Carlos Costa, tendo em conta as declarações proferidas que são ofensivas do seu bom nome, honra e consideração“, segundo confirmou fonte oficial do gabinete do PM ao ECO.

De acordo com o Observador, na obra são revelados “factos até agora desconhecidos sobre a intervenção da troika, o caso Banco Espírito Santo e a resolução do BANIF, entre outros temas”, assim como detalhes sobre as tensões “com José Sócrates, António Costa e Mário Centeno e as gue3rras com Ricardo Salgado e a família Espírito Santo”.

O episódio remonta a abril de 2016, quando o governador informou Isabel dos Santos, a maior acionista do BIC à data, e Fernando Teles, sócio da filha mais velha do ex-presidente de Angola, que tinham de se afastar do Conselho de Administração do Banco no qual tinham uma participação de 20%. Uma decisão que tinha por objetivo fazer passar aos mercados a certeza de que aquela instituição bancária em nada estava relacionada com os problemas a que estava exposto o BIC Angola.

Isabel dos Santos não aceitou a ideia. Começou por dizer que não havia nada na legislação portuguesa que a impedisse de ser administradora do BIC. E, perante a determinação de Carlos Costa, recorreu, diz o livro, ao primeiro-ministro português, que terá defendido a posição da filha do ex-presidente de Angola.

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