"É o momento de refundar a relação com o Reino Unido": António Costa e Boris Johnson assinam declaração conjunta que vai desde a defesa à investigação

CNN Portugal , MJC
13 jun 2022, 14:49

Tecnologias e energias renováveis no centro do acordo bilateral assinado entre Portugal e o Reino Unido

António Costa e Boris Johnson assinaram esta segunda-feira "uma declaração conjunta" para regular as relações bilaterais entre Portugal e o Reino Unido após o Brexit. 

Portugal não é o primeiro país a assinar um acordo deste tipo com o Reino Unido mas, em declarações aos jornalistas à saída do n.º 10 de Downing Street, Costa confirmou que esta "é uma das mais extensas declarações" , abrangendo áreas como segurança, investigação criminal, defesa, política externa e cooperação, investimento e comércio, investigação e ciência, educação e proteção dos portugueses residentes no Reino Unido e dos britânicos residentes em Portugal.

Acima de tudo, explicou o primeiro-ministro português, é uma declaração "muito focada na área das tecnologias e no investimento comum que temos de fazer na área das energias renováveis e da eficiência energética e também da transição digital. Estes são os grandes desafios que temos de enfrentar".

"Este é um acordo chapéu, que organiza as relações bilaterais entre Portugal e o Reino Unido", esclareceu. "Todas as matérias da relação entre o Reino Unido e a União Europeia, nós atribuímos mandato à Comissão Europeia para negociar diretamente, confiamos na CE para obter bons resultados. Mas na relação direta com o Reino Unido, identificámos as áreas que podem ser estratégicas para nós."

Por exemplo, na investigação,  foi dada especial atenção a "tudo o que tem a ver com os Oceanos". Costa revela que "há uma hipótese muito séria de Boris Johnson ir à conferência dos Oceanos", no final deste mês, "mas há sobretudo um investimento crescente que o Reino Unido fará no grande centro de investigação nos Açores para as alterações climáticas", o AIR Center. E houve também um foco "na cooperação bilateral que se tem de desenvolver entre instituições".

António Costa salientou também que o Reino Unido “tem vindo crescentemente a investir em Portugal, “beneficiando as empresas britânicas das vantagens do Brexit no Reino Unido e as vantagens de continuarem na União Europeia por investirem em Portugal”. “Têm investido sobretudo na área das tecnologias”, completou.

"Daqui a um mês celebra-se os 650 anos do primeiro acordo assinado entre Portugal e o Reino Unido e esta continua a ser a aliança mais antiga e contínua que existe no mundo", sublinhou o governante português. "Nestes anos da União Europeia, as relações bilaterais foram-se diluindo mas agora que o Brexit está consolidado e que a covid deixou de ser uma fronteira ao contacto, é o momento de refundar esta relação."

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