"Só sei que não estava lá por acaso": Henri, o 'herói da mochila', que fez frente ao atacante do parque de Annecy

CNN Portugal , BCE
9 jun 2023, 15:37
Henri, o "herói de mochila" (Denis Balibouse/Pool via AP)

Peregrino de 24 anos carregava duas mochilas que o ajudaram a afastar o atacante, que estava armado com uma faca

Chamam-lhe "o herói de mochila", tem 24 anos e interrompeu a sua peregrinação com destino às catedrais de França para lutar contra o suspeito do ataque no parque de Annecy, que provocou seis feridos, entre os quais quatro crianças.

Henry - foi assim que se identificou aos jornalistas - contou à imprensa local que estava a caminhar perto daquele parque quando se deparou com um homem a atacar crianças que estavam dentro de um carrinho de bebé enquanto a mãe tentava protegê-las. O jovem diz que naquele momento sentiu uma força interior que o fez "agir por instinto", empurrando o homem com as duas mochilas que carregava e atirando-as de seguida contra ele.

O jovem peregrino acredita que estava no local certo e no momento certo por vontade de Deus. "Só sei que não estava lá por acaso. No caminho para as catedrais, cruzei-me com aquele homem e agi por instinto. Era impensável não fazer nada", declarou ao canal de televisão francês CNEWS.

Mas Henry não foi o único jovem que tentou ajudar a afastar o agressor - outros jovens juntaram-se a ele e tentaram "assustar" o atacante e "mostrar-lhe que ele não podia fazer o que queria", recorda.

De acordo com a descrição da polícia, o atacante é um refugiado sírio e carregava uma insígnia cristã. Apesar disso, Henri recusa-se a acreditar que quem cometeu um ataque destes possa ser considerado cristão, argumentando que "é profundamente anticristão atacar os vulneráveis". "Toda a civilização cristã que está na base da construção do nosso país é uma mensagem para defender viúvas e órfãos. Penso que, pelo contrário, algo de muito mau estava no seu interior, afirma.

Apesar das "imagens horríveis" do ataque que luta por esquecer, o jovem pretende continuar a sua jornada a pé nos próximos meses e espera mostrar aos seus seguidores das redes sociais “como a beleza das catedrais pode enriquecer-nos e ajudar-nos a tomar a decisão certa”. “Por causa disto, vou poder alcançar mais pessoas. Agradeço a Deus”, acredita, citado pelo canal televisivo francês BFM.

Relacionados

Europa

Mais Europa

Patrocinados