Especialistas estimam que objeto reentre na atmosfera nas próximas 24 horas, mas não conseguem prever onde vai cair
Uma parte de um foguetão russo está a cair em direção à Terra, de forma descontrolada. Segundo noticia a CNN, os especialistas que estão a monitorizar o objeto prevêem que este reentre na atmosfera terrestre nas próximas 24 horas.
O Angara-A5 é um foguetão de carga pesada e foi lançado da estação espacial de Plesetsk, a noroeste da Rússia, a 27 de dezembro. De acordo com a TAS, a agência de notícias russa, o lançamento previa testar um novo segmento da estrutura, conhecido como o propulsor Persei.
Last night's Angara A5 liftoff 🔥🔥🔥 pic.twitter.com/AGXWlivQXy
— B0MBY 🔴 (@b0_mby) December 28, 2021
"É seguro dizer que nas próximas 24 horas estará em Terra, mas ninguém sabe onde porque, durante várias horas, fará várias voltas ao globo", afirmou à CNN Holger Krag, chefe do gabinete de detritos da Agência Espacial Europeia.
Facto é que a maior parte dos detritos espaciais acaba por incendiar-se ao reentrar na atmosfera terrestre, mas é possível que partes maiores possam causar danos se caírem em regiões habitadas. Embora seja pouco provável que este possa causar danos ou ferir alguém, "o risco é real e não pode ser ignorado", alertou.
O que resta do foguetão russo está a viajar a uma velocidade de 7,5 quilómetros por segundo, e a sua latitude de reentrada estima-se entre os 63 graus a norte e a sul do equador, indicou ainda Holger Krag.
Recorde-se que, em maio de 2021, a NASA teceu duras críticas à China por falhar os "standards de responsabilidade", após os destroços de um foguetão fora de controlo caírem no Oceano Índico.
Neste caso, acredita-se que o fragmento do foguetão russo é mais pequeno, pesando cerca de quatro toneladas, sem combustível. (O chinês Long March pesava cerca de 20 toneladas)
O propulsor Persei tinha, no total, dez metros. Embora pesasse menos, carregava cerca de 16 toneladas de combustível. Ou seja, "a massa total é semelhante ao fragmento chinês, mas a maior parte é provavelmente líquida e arderá na atmosfera, o que significa que o risco e significativamente inferior, creio", explica ainda Jonathan McDowell, astrónomo no centro de Astrofísica Harvard & Smithsonian.
O astrónomo acrescenta ainda que o foguetão russo não foi planeado para entrar na atmosfera desta forma, mas sim ficar em órbita durante milhares de anos.