Padre do Funchal confessou abuso sexual contra menor e tentou entregar-se na PGR, mas não foi recebido

17 fev 2023, 07:22

REVISTA DE IMPRENSA. Anastácio Alves, acusado à revelia de cinco crimes de abuso sexual, estava desaparecido desde 2018 depois de ter abusado de menores na diocese do Funchal

Anastácio Alves, o padre do Funchal que desapareceu em 2018 após ter sido alvo de queixa por crimes de abuso sexual contra um menor, tentou entregar-se esta quinta-feira na Procuradoria-Geral da República para "assumir as suas responsabilidades”, avança o jornal Observador

De acordo com o mesmo jornal, o padre madeirense chegou à PGR acompanhado pela equipa de advogados, composta por Miguel Santos Pereira, o irmão deste Bruno Pereira e  antigo inspetor da Polícia Judiciária, João Sousa, que está a ser investigado por alegadamente ter forjado provas no caso de Rosa Grilo. Apesar da tentativa, Anastácio Alves acabou por não ser recebido e continua em liberdade.

O grupo acabou por ter de ir da PGR para o Gabinete de Documentação e Direito Comparado, onde se trata a cooperação internacional, uma vez que o processo tinha passado para essa ala, mas nem aí foi recebido. Voltaram de novo para a PGR, onde tentaram ser recebidos pela procuradora Lucília Gago, mas acabaram informados que Anastácio Alves teria que deslocar-se afinal à Madeira, onde está o tribunal competente pelo seu processo.

Perante a dificuldade em "colaborar com a justiça", a defesa vai agora fazer um requerimento ao Ministério Público do Funchal para que o padre madeirense possa ser constituído arguido e notificado da acusação em Lisboa.

Anastácio Alves está acusado de cinco crimes de abuso sexual de menor e de ato sexual com um adolescente por ter abusado de um rapaz quatro vezes quando este tinha 13 anos e uma quinta vez, em 2017, quando este já tinha 14 anos (o que tipifica o crime como ato sexual com adolescente). De acordo com o Observador, os abusos aconteceram na casa dos avós do rapaz, onde o padre costumava jantar, sendo que o caso só seria denunciado quando o Anastácio já estava ao serviço de uma comunidade portuguesa perto de Paris.

Depois do processo, o padre começou o processo de fuga e em 2019 pediu dispensa do sacerdócio. Viria a ser acusado à revelia, sem nunca ter prestado declarações no processo. 

Vivia atualmente em São Martinho do Porto numa casa arrendada em nome de uma familiar, perto de um posto da GNR.

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