Mundial 2018: o que esperar no Grupo B

3 dez 2017, 23:36
Mundial 2018: Grupo B

Apresentação das equipas, iniciativa do «Guardian» com a participação do Maisfutebol

Em iniciativa lançada pelo «Guardian», e que conta com a participação do Maisfutebol, foi preparado um «mini-guia» dos grupos do Mundial2018, no qual os textos de cada seleção foram, salvo algumas exceções, elaborados por jornalistas desses mesmo países.

O sorteio da fase final começou a definir equilíbrios de força e os próximos seis meses são de afinações para todas as seleções. O que se segue é uma apresentação, grupo a grupo, das 32 seleções, vistas de dentro.

Neste artigo a apresentação do Grupo B

 Portugal 

«Brasil, Argentina, Espanha e França são os favoritos a ganhar o Mundial. Depois temos outros candidatos e nós queremos chegar o mais longe possível e ganhar a Taça, se possível. Portugal não é favorito, mas está neste segundo grupo.»

O selecionador Fernando Santos mantém a prudência, dois anos depois do título europeu, mas Portugal parece mais forte nesta altura. Mais atrativo, tendo acrescentado criatividade à organização em que assentou o título de 2016.

Bernardo (Manchester City) e André (Milan), dois jovems Silvas, foram importantes neste «upgrade» ofensivo pós-Euro 2016, e em termos gerais a equipa parece ter mais profundidade do que no Europeu. Exceto no centro da defesa, onde tem sido difícil encontrar alternativas a Pepe (que terá 35 years no verão), José Fonte (34) e Bruno Alves (36).

Sistema preferido: 4-4-2

Estrela: Cristiano Ronaldo

Jogador a seguir: Bernardo Silva

Selecionador: Fernando Santos

Odds 20-1

Nuno Travassos, Maisfutebol

Espanha

A «Roja» ainda é a «Roja». A eliminação no Brasil 2014 e a desilusão do França 2016 não foram assim tão catárticas. Aos 51 anos e sem muita experiência como treinador no topo, Julen Lopetegui conservou a essência do que fez o sucesso da Espanha no passado. Na verdade, a espinha dorsal da equipa que se qualificou brilhantemente para o Rússia 2018 é a mesma que falhou em França há ano e meio. Oito jogadores da equipa que perdeu com a Itália em Paris jogariam de início na Rússia se o Mundial começasse amanhã: David De Gea, Gerard Piqué, Sergio Ramos, Jordi Alba, Sergio Busquets, Andrés Iniesta, David Silva e Álvaro Morata. Além dos jogadores seniores, o fantástico assentou na equipa principal, tal como vários dos jogadores que ganharam o Europeu sub-21 com Lopetegui em 2013.

Como se qualificou: 1º lugar do Grupo G à frente da Itália

Sistema preferido: 4-5-1

Estrela: David Silva (Manchester City)

Jogador a seguir: Isco (Real Madrid)

Selecionador: Julen Lopetegui 

Odds 15-2

José Sámano, El País

Marrocos

Os «Leões do Atlas» estão a rugir novamente. Vinte anos após a dolorosa eliminação na fase de grupos do França98, a primeira seleção africana a chegar aos oitavos de final volta ao Mundial. É a quinta presença no mais prestigiado torneio do planeta.  

«Realizámos um sonho. Vamos todos à Rússia, e não será como turistas», disse o capitão marroquino e jogador da Juventus, Mehdi Benatia, após a vitória sobre a Costa do Marfim, que carimbou o apuramento.

Única seleção africana que chegou ao Mundial sem golos sofridos, a seleção de Marrocos está, por isso, suportada numa defesa sólida. A experiência de Karim El Ahmadi, M’barek Boussoufa e Mehdi Benatia combina bem com a inteligência de Hakim Ziyech e com a força de Nordin Amrabat.

Hervé Renard é o líder desta equipa, mas o aconselhamento do adjunto Patrice Beaumelle é vital. Mustapha Hadji (ex-Sporting) é também um elemento-chave, por partilhar as suas experiências, e assumindo-se como uma referência para este geração.

A principal debilidade da equipa é o lado esquerdo da defesa, mas Achraf Hakimi (Real Madrid) tem preenchido essa lacuna de forma admirável, desde setembro.

Como se qualificou: 1º lugar no Grupo C da zona africana, à frente da Costa do Marfim

Sistema preferido: 4-5-1

Estrela: Hakim Ziyech (Ajax)

Jogador a seguir: Sofiane Boufal (Southampton)

Selecionador: Hervé Renard

Odds: 250-1

Amine El Amri, Le Matin

Irão

A seleção iraniana nunca tinha disputado dois Mundiais consecutivos, e esta foi a caminhada mais tranquila para uma fase final. A seleção orientada por Carlos Queiroz foi a primeira formação asiática a garantir o apuramento, e conseguiu-o com uma memorável sequência de doze jogos sem sofrer golos. A principal faceta da seleção de Queiroz é um futebol reativo, sustentado numa linha defensiva recuada, à procura de rápidos contra-ataques. No entanto, nos recentes particulares com Rússia, Panamá e Venezuela, o Irão jogou de forma diferente: a pressionar os adversários em zonas mais adiantas, com uma postura mais agressiva.

Apesar do temperamento e petulância, que nos últimos anos geraram várias polémicas aparentemente sem sentido, Queiroz é muito popular no Irão, por força dos resultados e exibições da seleção. Muitos acreditam que ele deu um verdadeiro carácter à equipa.

A seleção tem muitos jogadores que atuam na Europa, e a tendência de Queiroz é apostar em elementos que jogam fora do Irão. Jogadores como Ehsan Haj Safi, Kaveh Rezaei e Ramin Rezaeian deixaram o país na esperança de aumentar as possibilidades de representar a seleção.

Em traços gerais parece consensual que o Irão tem uma equipa mais fiável do que em Mundiais anteriores.

Como se qualificou: vencedores do Grupo A da zona asiática, à frente da Coreia do Sul.

Sistema preferido: 4-2-3-1

Estrela: Sardar Azmoun (Rubin Kazan)

Jogador a seguir: Saman Ghoddos (Ostersund)

Selecionador: Carlos Queiroz

Behnam Jafarzadeh, varzesh3.com

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