Já fez LIKE no CNN Portugal?

Estudo revela que Zona de Emissões Reduzidas de Lisboa está obsoleta

Associação ZERO diz que níveis de emissões acima da média são demonstrativos “da profunda desatualização em termos de critérios e fiscalização”

A Zona de Emissão Reduzida (ZER) de Lisboa está obsoleta, revelando níveis de emissões médios acima do recomendado pela OMS, contrastando com Bruxelas ou Paris que registam reduções até 33% e 24%, respetivamente, segundo um estudo divulgado este domingo.

De acordo com o estudo, realizado no âmbito da Campanha Cidades Limpas, da qual a ZERO faz parte, existem atualmente 320 zonas de trânsito condicionado (entre ZER, Zonas de Zero Emissões – ZZE -, e outras) em 15 países europeus. São mais 40% do que em 2019, e a perspetiva é que superem as 500 em 2025.

PUB

Nas zonas onde o acesso dos veículos mais poluentes é restringido regista-se uma redução média das concentrações de dióxido de azoto em cerca de 20%, indica o estudo, apontando o caso de Londres, onde a redução da concentração foi de 44%, desde 2019, devido à Ultra ZER.

O documento analisa ainda outras cidades onde se registaram reduções acima da média, referindo o caso de Bath (com reduções de 43%), Bruxelas (até 33%) e Paris (24%).

Relativamente a Lisboa, onde existe uma ZER localizada no centro da cidade, o valor médio de dióxido de azoto registado desde o início de 2022 é de 45 µg/m³, o que é “mais de quatro vezes mais do que o valor limite recomendado pela OMS (10 µg/m³) e acima do valor presente na legislação atual (40 µg/m³)”.

Estes níveis levam a ZERO a constatar que a Zona de Emissões Reduzidas de Lisboa está obsoleta, e que são demonstrativos “da profunda desatualização em termos de critérios e fiscalização”.

A associação ambientalista lamenta ainda a falta da ambição das cidades portuguesas para criar este tipo de zonas a alerta para o risco de a proposta de revisão da Diretiva da Qualidade do Ar Ambiente (DQAA) não considerar as ZER e as ZZE.

PUB

O estudo promovido pela Campanha Cidades Limpas foi realizado antes da publicação da proposta da União Europeia para atualizar a referida diretiva, o que está previsto para 26 de outubro.

“A proposta estabelece o futuro quadro jurídico para abordar a poluição atmosférica prejudicial para a saúde humana”, refere a associação ambientalista, salientando estar preocupada, tal como as suas congéneres europeias, “que os óbvios benefícios das ZER, não sejam devidamente considerados na proposta da Comissão”.

Considerando que a atualização as leis europeias de poluição do ar é uma oportunidade única para acabar com a poluição atmosférica tóxica, a Campanha Cidades Limpas apela aos líderes políticos para incluírem as recomendações de limites de poluentes da Organização Mundial da Saúde (OMS) na diretiva europeia.

PUB