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Presidente chinês adverte contra "bolhas económicas" na aposta na inovação

Xi Jinping acrescentou que apostar nas autodenominadas novas forças produtivas "não significa negligenciar ou abandonar as indústrias tradicionais"

O Presidente da China advertiu que a transformação industrial e tecnológica que o país procura para sustentar o crescimento pode conduzir a "bolhas económicas" e apelou para que se "evite a pressa" e "investimento irracional".

Xi Jinping fez esta declaração na terça-feira, durante uma reunião com os responsáveis do Partido Comunista (PCC) na Assembleia Popular Nacional (APN), que se realiza esta semana, em Pequim.

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Nos últimos meses, Xi aumentou os apelos para a inovação e para a "autossuficiência tecnológica", mas nestas últimas declarações avisou que o PCC deve "evitar ações apressadas e opor-se aos investimentos irracionais que geram bolhas especulativas".

O líder chinês pediu um "planeamento antecipado" da "nova ronda de revolução tecnológica e transformação industrial", que inclui setores como os veículos elétricos, a tecnologia quântica, a inteligência artificial e os painéis solares.

Xi acrescentou que apostar nas autodenominadas novas forças produtivas "não significa negligenciar ou abandonar as indústrias tradicionais", que continuam a representar a maior parte da produção industrial do país.

O presidente chinês também deixou claro que não deve ser "imposto um modelo de negócio único" para estas indústrias, citando a necessidade de ter em consideração os recursos, as bases industriais e a capacidade de investigação de cada região.

Xi alertou para os "numerosos obstáculos" à modernização industrial na China, sem entrar em pormenores, mas numa altura em que Pequim tem protestado repetidamente contra a investigação da União Europeia aos subsídios atribuídos pelo Estado chinês a fabricantes de veículos elétricos ou a imposição de restrições pelos Estados Unidos ao fornecimento de ‘chips’ semicondutores a entidades chinesas.

A China fixou o objetivo de crescimento económico para o ano em curso em "cerca de 5%”, um valor antecipado pela maioria dos analistas, apesar de as previsões do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Mundial (BM) apontarem para um crescimento de 4,6% e 4,5% em 2024, respetivamente.

Este é o segundo ano consecutivo em que a China fixa um objetivo de crescimento de "cerca de 5%", mas analistas alertaram tratar-se um "objetivo ambicioso", dado que no ano passado – quando cresceu 5,2% - partia de uma base comparativa relativamente baixa, com um aumento do produto interno bruto (PIB) de 3% em 2022, em resultado da política de "zero casos" de covid-19 do país.

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