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"Ameaça à paz na região". Maduro ordena "ação defensiva" após chegada de navio britânico à Guiana

Também esta quinta-feira, Nicolás Maduro ordenou a realização de uma “ação defensiva” perante a chegada do HMS Trent

Continuam elevadas as tensões entre Venezuela e Guiana, motivadas pela disputa pela região de Essequibo, atualmente administrada por este último país.

Esta quinta-feira, uma semana após o anúncio do Reino Unido, o navio-patrulha HMS Trent chegou finalmente às águas da Guiana, decisão que o governo de Nicolás Maduro considera ameaçadora da paz na região.

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"Estas declarações foram igualmente sincronizadas com as ações do Comando Sul dos EUA, que se tornam claramente uma ameaça direta à paz e à estabilidade na região”, pode ler-se num comunicado, citado pela agência EFE.

Também esta quinta-feira, Nicolás Maduro ordenou a realização de uma “ação defensiva” perante a chegada do HMS Trent.

"Ordenei a ativação de uma ação conjunta de toda a Força Armada Nacional Bolivariana (FANB) na costa oriental das Caraíbas da Venezuela, na costa atlântica, uma ação defensiva conjunta em resposta à provocação e à ameaça do Reino Unido contra a paz e a soberania do nosso país", disse Maduro, citado pela EFE.

Esta ação implicará a mobilização de 5.600 militares, de acordo com o presidente venezuelano. "A Venezuela não pode ficar de braços cruzados perante uma ameaça, venha ela de onde vier. A Venezuela reserva-se a realizar todas as ações constitucionais no quadro do direito internacional para defender a sua integridade territorial, as nossas águas e o nosso Atlântico", disse o líder venezuelano, citado pelo El Mundo.

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Em 14 de dezembro a Guiana e a Venezuela chegaram a acordo para não usar a força para resolver o diferendo pelo Essequibo e usar o diálogo para reduzir as tensões bilaterais.

O anúncio foi feito numa conferência de imprensa em que foi lido um comunicado sobre os acordos alcançados pelos Presidentes da Venezuela, Nicolás Maduro, e da Guiana, Irfaan Alí, durante um encontro em São Vicente e Granadinas.

O acordo define que “a Guiana e a Venezuela, direta ou indiretamente, não se ameaçarão nem utilizarão a força, mutuamente, em nenhuma circunstância, incluindo as derivadas de qualquer diferendo entre ambos os Estados”, de acordo com o comunicado.

Os países “acordaram que qualquer litígio entre os dois Estados será resolvido em conformidade com o Direito Internacional, incluindo o Acordo de Genebra de 17 de fevereiro de 1966”.

A região de Essequibo, que aparece nos mapas venezuelanos como “zona em reclamação”, está sob mediação da ONU desde 1966, quando foi assinado o Acordo de Genebra.

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Com cerca de 160 mil quilómetros quadrados, Essequibo é rico em petróleo, representa mais de dois terços do território da Guiana e abriga cerca de um quinto de sua população, ou cerca de 125 mil pessoas.

A reivindicação da Venezuela tornou-se mais premente desde que a ExxonMobil descobriu petróleo em Essequibo, em 2015, tendo a tensão aumentado desde então.

Para a Venezuela, o rio Essequibo devia ser a fronteira natural, como era em 1777, durante a época do império espanhol. A Guiana argumenta que a fronteira, que remonta à era colonial britânica, foi ratificada em 1899 por um tribunal arbitral em Paris.

Entretanto, a Guiana autorizou já oito empresas petrolíferas estrangeiras a explorar jazidas petrolíferas em águas reclamadas pela Venezuela.

Em 03 de dezembro último, a Venezuela realizou um referendo consultivo em que mais de 95% dos eleitores que participaram votaram a favor das intensões dos Governo de anexar Essequibo aos mapas venezuelanos.

Entretanto, o presidente venezuelano assinou seis decretos para recuperar Essequibo.

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