Volodymyr Zelensky anunciou que será lançado na semana que vem "O Livro dos Carrascos", um novo sistema de documentação que irá concentrar a informação sobre os crimes e os criminosos de guerra do exército russo na guerra que tem sido travada na Ucrânia. O objetivo é documentar as violações dos direitos humanos e os crimes de guerra perpetrados pelos invasores, para responsabilizar e punir quem protagonizou os crimes, mas também as suas chefias militares
"São factos específicos sobre pessoas específicas que são culpadas de crimes violentos específicos contra ucranianos", explicou o presidente ucraniano durante a sua comunicação ao país na terça-feira à noite.
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Será um sistema de informação que irá centralizar todos os dados confirmados sobre "criminosos de guerra e criminosos do exército russo". Segundo Zelensky, este "Livro dos Carrascos" será "um dos fundamentos não só da responsabilidade dos autores diretos de crimes de guerra - soldados do exército de ocupação -, mas também dos seus comandantes. Aqueles que deram ordens. Aqueles que tornaram possível tudo o que eles fizeram na Ucrânia. Em Bucha, em Mariupol, em todas as nossas cidades, em todas as comunidades a que chegaram", esclareceu o chefe do Estado.
Zelensky acrescentou que a criação deste sistema de documentação já está em curso há algum tempo. Recorde-se que a Procuradoria-Geral da Ucrânia já abriu investigações sobre mais de seis mil alegados casos de crimes de guerra russos. Para além do testemunho em primeira mão de vítimas e testemunhas, e das investigações das autoridades ucranianas, diversas entidades internacionais e órgãos de comunicação social de várias partes do mundo têm recolhido e partilhado os relatos de todo o tipo de crimes de guerra, de tortura e violência sexual a execuções sumárias, para além de bombardeamentos intensivos sobre zonas residenciais.
Em maio, um soldado russo de 21 anos foi condenado a prisão perpétua por matar um homem desarmado no primeiro julgamento por crimes de guerra na Ucrânia desde o início da invasão russa. Outros soldados russos estão já à espera de julgamento também acusados de crimes de guerra.
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