O Papa Francisco confirmou que está disponível para viajar até Kiev, a capital da Ucrânia, num esforço para ajudar a travar a guerra lançada por Vladimir Putin. Mas essa não é a única possibilidade que está a ser encarada pelo Vaticano como forma de procurar um fim para a guerra. Francisco informou que também está a ser ponderada a hipótese de um encontro pessoal com o chefe da Igreja Ortodoxa da Rússia.
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“Estou disposto a fazer tudo o que puder”, disse o líder da Igreja Católica este domingo, em declarações aos jornalistas após uma visita a Malta.
A Santa Sé, disse Francisco, “está a fazer tudo” no plano diplomático. “Não podemos divulgar tudo o que está a ser feito, por prudência e confidencialidade”, lamentou Francisco, mas adiantou que há duas possibilidades que estão a ser estudadas: uma deslocação do Papa a Kiev, a capital da Ucrânia, ou um encontro pessoal com o Patriarca Kirill, principal líder da Igreja Ortodoxa da Rússia, que validou os argumentos de Vladimir Putin para a invasão do país vizinho.
Francisco revelou que “mais do que um” líder mundial lhe pediu que se desloque a Kiev. “Estou disponível”, respondeu. A hipótese de uma deslocação à Ucrânia “está sobre a mesa”, mas o Papa admitiu que ainda há dúvidas sobre essa possibilidade. “Não sei se pode ser feito, se é conveniente fazê-lo, se é o melhor e se tenho que fazê-lo. Tudo isso está no ar.”
Em alternativa, está a ser conversada a hipótese de um encontro a dois entre o Papa Francisco e o Patriarca russo Kirill. “Estamos a trabalhar [nisso], acredita-se que possa acontecer no Médio Oriente”, adiantou o líder católico. Francisco e Kirill já em meados de março mantiveram um diálogo, por video-conferência. O patriarca russo tem representado a invasão da Ucrânia como um confronto espiritual, defendendo os argumentos do Kremlin para a guerra.
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O Papa Francisco confirmou aos jornalistas que já falou duas vezes com Volodymyr Zelensky por telefone, mas que não fala com Putin desde o final do ano.
Questionado sobre as imagens do massacre de civis ucranianos pelas tropas russas, Francisco respondeu que “a guerra é sempre cruel, é desumana e vai contra um espírito humano. É o espírito de Caim.” Lembrando os esforços de várias partes para travar este e outros confrontos do passado, o Papa concluiu que “somos teimosos, como Humanidade, estamos apaixonados pelas guerras, pelo espírito de Caim.”
“Fiquei triste com o que está a acontecer hoje. Que o Senhor tenha misericórdia de nós, de todos nós. Somos todos culpados.”
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