Mais de 11.500 pessoas, incluindo 1.847 crianças, foram levadas da Ucrânia para a Rússia na segunda-feira sem a participação das autoridades de Kiev, informou o Ministério da Defesa da Rússia, citado pela Reuters.
Segundo a agência de notícias, este número inclui evacuações de regiões separatistas da Ucrânia apoiadas pela Rússia, as chamadas “Repúblicas Populares” de Donetsk e Lugansk, que a Rússia reconheceu como independentes pouco antes de lançar a invasão à Ucrânia Mais de 11.500 pessoas, incluindo 1.847 crianças, foram transportadas da Ucrânia para a Rússia na segunda-feira sem a participação das autoridades de Kiev, informou o Ministério da Defesa da Rússia.
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Este número inclui evacuações de regiões separatistas da Ucrânia apoiadas pela Rússia, as chamadas repúblicas populares de Donetsk e Luhansk, que a Rússia reconheceu como independentes pouco antes de lançar a invasão da Ucrânia a 24 de Fevereiro.
Segundo as autoridades russas, as pessoas foram evacuadas a seu pedido. Mas a Ucrânia acusa Moscovo de ter deportado à força milhares de pessoas para a Rússia desde o início da guerra.
Nesta segunda-feira, o embaixador dos EUA junto da Organização de Segurança e Cooperação na Europa (OSCE) reportou a existência de quatro "campos de filtragem" russos em torno da cidade de Mariupol. Segundo o embaixador Michael Carpenter, a informação sobre a existência destes campos de filtragem, onde são escolhidos os civis ucranianos a enviar para a Rússia ou para território controlado pelos russos, foi-lhe transmitida pelo presidente da câmara de Mariupol.
"É claro que isto seria uma violação do direito humanitário internacional, e um crime de guerra, se as pessoas fossem deslocadas à força da Ucrânia para a Rússia", disse o diplomata norte-americano numa conferência de imprensa no Departamento de Estado, em resposta a uma pergunta da CNN Internacional.
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“O que estes relatórios descrevem traz de volta memórias horríveis de tempos passados", disse Carpenter. "Invadir um país vizinho, remover o seu governo legitimamente eleito, empurrar a sua população para campos de 'filtragem', e realizar referendos falsos numa tentativa transparente de cobrir a sua agressão com um falso verniz de legitimidade é um empreendimento totalmente bárbaro", acrescentou o diplomata.
Desde o início da guerra - a que a Rússia chama “operação militar especial” - cerca de 200 mil crianças, num total de 1,1 milhões de pessoas, foram evacuadas da Ucrânia para a Rússia, segundo informações do Ministério da Defesa russo.
Uma investigação da CNN publicada em abril confirmou aquilo que tem sido alegado pelas autoridades de Kiev: forças russas e soldados separatistas seus aliados estão a levar residentes de Mariupol para um chamado "centro de filtragem" estabelecido em Bezimenne, onde foram registados antes de serem enviados para a Rússia, muitos contra a sua vontade. O governo ucraniano e as autoridades de Mariupol dizem que dezenas de milhares de cidadãos ucranianos foram deportados à força para a “República Popular” de Donetsk e para a Rússia.
Carpenter garantiu que a OSCE continuará a analisar a questão. Na semana passada o diplomata disse ser é expectável que a Rússia “intensifique a transferência forçada de populações locais de áreas do sul e leste da Ucrânia para a Rússia ou partes controladas pela Rússia dos Donbass.
Nesta segunda-feira, os primeiros civis evacuados da gigantesca fábrica de aço no porto de Mariupol chegaram à cidade ucraniana de Zaporizhzhia, como parte de uma operação coordenada com a Ucrânia e a Rússia do Comité Internacional da Cruz Vermelha das Nações Unidas e do Comité Internacional da Cruz Vermelha.
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