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Papa apela à deposição das armas do ódio em missa no Sudão do Sul

Na missa realizada junto ao mausoléu de Jonh Garang, em Juba, Francisco pediu para que se renuncie "de uma vez por todas a responder ao mal com o mal", ainda que "o coração sangre pelas injustiças"

O Papa reiterou este domingo o apelo à paz no Sudão do Sul, durante uma missa em Juba, a que assistiram cerca de 70 mil pessoas, encorajando os líderes políticos a deporem as armas do ódio e da vingança.

"Em nome de Jesus, das suas bem-aventuranças, deponhamos as armas do ódio e da vingança", disse o Papa Francisco, exortando os líderes políticos a superarem "as antipatias e aversões que, com o tempo se tornaram crónicas e ameaçam opor tribos e etnias" e a "colocar o sal do perdão nas feridas, que arde, mas cura".

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Na missa realizada junto ao mausoléu de Jonh Garang, Francisco pediu para que se renuncie "de uma vez por todas a responder ao mal com o mal", ainda que "o coração sangre pelas injustiças".

O Papa Francisco foi recebido com cânticos e manifestações de alegra pelos católicos do país, que representam cerca de 36% da população do Sudão do Sul e que vivem uma grave crise humanitária devido à guerra, fome e desastres naturais.

No último dia desta sua peregrinação por África, Francisco pediu também aos católicos que se mostrem "pessoas capazes de criar laços de amizade, de viver a fraternidade, de construir boas relações humanas, para impedir que a corrupção do mal, a morbidez das divisões, a sujidade dos negócios e a praga da injustiça prevaleçam".

"Aceitemo-nos uns aos outros e amemo-nos uns aos outros com sinceridade e generosidade, como Deus nos ama", disse o Papa numa mensagem cujo objetivo é reavivar a esperança no país mais jovem do mundo, e também um dos mais pobres.

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Acompanhado pelo arcebispo de Canterbury, Justin Welby, e pelo chefe presbiteriano da Igreja da Escócia, Iain Greenshields, duas confissões com peso no país, o Papa chegou na sexta-feira ao Sudão do Sul, depois de ter visitado a República Democrática do Congo.

Francisco está a desenvolver uma peregrinação ecuménica histórica para chamar a atenção global para a situação do país e encorajar o seu processo de paz.

O objetivo da visita ecuménica é encorajar os líderes políticos do Sudão do Sul a desenvolver um acordo de paz de 2018 que ponha fim a uma guerra civil que eclodiu depois de o país predominantemente cristão ter conquistado a independência do Sudão, de maioria muçulmana, em 2011.

À chegada, na sexta-feira, Francisco emitiu um aviso contundente ao Presidente Salva Kiir e ao seu ex-rival e agora deputado Riek Machar de que a história os julgará severamente se continuarem a atrasar a implementação do acordo de paz.

Kiir, por sua vez, comprometeu o Governo a regressar às negociações de paz – suspensas no ano passado – com grupos que não assinaram o acordo de 2018.

Na sexta-feira, o chefe da igreja católica concedeu perdões presidenciais a 71 presos na prisão central de Juba em homenagem à peregrinação ecuménica, incluindo 36 no corredor da morte, depois de Francisco ter sustentado que a pena capital é inadmissível em todas as circunstâncias.

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