Stéphanie Frappart nasceu há 38 anos em Herblay-sur-Seine, a cerca de 20 quilómetros de Paris. Começou por ser jogadora de futebol mas decidiu acabar com a breve carreira aos 18 anos quando alinhava pelo Val d'Oise - escolheu dedicar-se à arbitragem: começou pelos jogos juvenis e em 2009 entrou para a restrita lista de árbitros da FIFA.
Stéphanie está habituada a abrir caminho e tem a vida marcada pelo pioneirismo: foi a primeira mulher a arbitrar um jogo da Liga francesa; foi a primeira mulher a dirigir um jogo de competições europeias masculinas, em 2019, na Supertaça Europeia, entre Liverpool e Chelsea; e foi também a primeira num jogo da Liga dos Campeões, que opôs a Juventus e o Dínamo Kiev. Já tinha o nome associado a este Mundial porque em 2021 apitou também um encontro da qualificação para o Catar.
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A líder da equipa de arbitragem do Costa Rica-Alemanha, que se joga esta quinta-feira e que é decisivo para ambas as equipas, não se deixa abalar pela pressão e nem teme ser mulher num mundo de homens. “Eu sei como lidar com isso. Os jogos de futebol masculino e feminino são exatamente iguais. O futebol feminino está cada vez mais rápido. É apenas a abordagem técnica que está diferente. Quando se está a arbitrar jogos das seleções, a única diferença é que o nível é mais elevado porque são os melhores jogadores de cada país", disse numa entrevista ao The Athletic, publicada a 15 de novembro. “O Mundial masculino é a competição mais importante no mundo. Não é apenas futebol. Mas eu fui a primeira árbitra em França, a primeira na Europa, sempre a primeira. Sei como lidar com isso [com a pressão].”
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A francesa vai entrar em campo na companhia de mais duas pioneiras. Será auxiliada pela brasileira Neuza Inês Back e pela mexicana Karen Diaz Medina. A equipa em campo fica completa com o quarto árbitro, o hondurenho Héctor Said Martínez Sorto, de 31 anos.
Neuza Back tem também 38 anos. Nascida em Saudades, no interior de Santa Catarina, viveu a juventude no distrito de Juvêncio, que tem apenas cerca de quatro mil habitantes. Em 2018 perseguiu o sonho de evolução na carreira e mudou-se para São Paulo.
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A brasileira é formada em educação física e vem de uma família na qual a arbitragem não é novidade. Deu os primeiros passos precisamente quando acompanhava o irmão mais velho, André Back. Foi assim que ganhou o gosto pela arbitragem. Começou na Federação Catarinense de Futebol, depois de completar o curso de árbitro na Escola Catarinense de Arbitragem Gilberto Nahas, em 2008.
A mexicana Karen Díaz Medina tem 38 anos. Nasceu na cidade de Aguascalientes, no México. É formada em Engenharia Agroindustrial mas é na arbitragem que tem feito carreira. Começou na arbitragem com apenas 12 anos e estreou-se como profissional em 2009, um pouco por acaso: trabalhava num café de um centro desportivo quando um árbitro de uma das partidas não chegou a tempo e então assumiu o lugar.
“O administrador da liga perguntou-me se eu queria arbitrar o jogo e eu disse que sim. Eu gostei e aproveitei a experiência. Eles pagaram-me para fazer algo de que eu realmente gostei. A partir desse momento recebi mais jogos todas as semanas e, com o dinheiro que ganhei, consegui pagar a faculdade”, contou Karen Medina numa entrevista ao site da CONCAF (Confederação de Futebol da América do Norte, Central e Caribe).
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Em 2016 fez parte da equipa de arbitragem de um jogo da Liga Mexicana. Tem no currículo torneios como os Jogos Centroamericanos de Barranquilla 2018, Pré-Mundial Sub-20 da Concacaf em 2018 e o Pré-Mundial Sub-17 da Concacaf em 2019.
Além das mulheres agora nomeadas para o jogo entre a Costa Rica e a Alemanha, outras foram também escaladas pela FIFA para este Mundial como árbitras de campo mas ainda aguardam pela sua vez: Kathryn Nesbitt, dos Estados Unidos, Yoshimi Yamashita, do Japão, e Salima Mukansanga, do Ruanda.
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