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"Não deixaremos que ninguém nos ameace". No Dia da Vitória, Putin diz ao mundo que o exército russo está "sempre pronto"

Rússia celebra o Dia da Vitória, poucos dias após a tomada de posse de Vladimir Putin para um quinto mandato. São vários os países convidados, excepto aqueles considerados "hostis", por estarem a seguir "uma política muito agressiva" em relação à Rússia

O presidente russo, Vladimir Putin, afirmou que as suas forças estão “sempre prontas” para combater as ameaças externas, ao dirigir-se a uma multidão reunida na Praça Vermelha de Moscovo, esta quinta-feira, para celebrar a vitória da União Soviética sobre a Alemanha nazi na Segunda Guerra Mundial.

O desfile anual do Dia da Vitória, que se realiza a 9 de maio, é desde há muito um acontecimento importante no calendário de Putin, uma oportunidade para reunir o apoio do público e exibir o poder militar do seu país.

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Embora tenha havido ainda menos soldados presentes e equipamento militar em exibição do que no ano passado, o Dia da Vitória deste ano coincide com os avanços da Rússia na linha da frente na Ucrânia.

Putin fez o seu discurso depois de inspecionar a tradicional exibição de tanques e colunas de tropas que desfilaram pela capital. "A Rússia fará tudo para que não se inicie um confronto global", disse Putin, acrescentando: “Mas não deixaremos que ninguém nos ameace, as nossas forças estratégicas estão sempre prontas”. “Caros amigos, a Rússia está a atravessar um período difícil”, continuou o líder russo, dizendo que “a luta da nossa pátria depende de cada um de nós”. “Hoje, no Dia da Vitória, damo-nos conta disso ainda mais”, concluiu, terminando o seu discurso com um minuto de silêncio.

Cerca de 27 milhões de pessoas morreram na União Soviética durante a Segunda Guerra Mundial, mais do que em qualquer outro país.

O Ministro da Defesa russo, Sergei Shoigu, saúda os soldados enquanto é conduzido ao longo da Praça Vermelha (Alexander Nemenov/Getty Images)

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Soldados de cerimónia desfilam na Praça Vermelha (Sefa Karacan/Anadolu/Getty Images)

O ministro da Defesa da Rússia, General do Exército Sergei Shoigu, afirmou numa declaração no Telegram que 9000 pessoas e 70 peças de equipamento militar participariam na principal parada militar na Praça Vermelha. Este número foi inferior ao do ano passado, quando Shoigu afirmou que participariam mais de 10 000 pessoas e 125 equipamentos militares.

Foram convidados vários líderes mundiais, na sua maioria de países ex-soviéticos. Entre os convidados, contam-se Alexander Lukashenko, da Bielorrússia, Kassym-Jomart Tokayev, do Cazaquistão, Emomali Rahmon, do Tajiquistão, Serdar Berdimuhamedow, do Turquemenistão, Miguel Diaz-Canel, de Cuba, Thongloun Sisoulith, do Laos, e Umaro Sissoco Embaló, da Guiné-Bissau.

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A porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros russo, Maria Zakharova, disse numa entrevista à TASS que os “países hostis” não foram convidados para o terceiro Dia da Vitória desde o início da guerra na Ucrânia. “Estão a seguir uma política agressiva em relação ao nosso país. Estão a formular uma política agressiva em relação ao nosso país, que consiste em infligir uma derrota estratégica", afirmou Zakharova.

Putin assiste à parada militar (Mikhail Klimentyev/Sputnik/Reuters)

Putin apresentou a sua invasão da Ucrânia em termos patrióticos - como uma resposta a uma ameaça colocada pelo Ocidente, algo que foi rejeitado categoricamente por Kiev e pelos seus aliados.

O discurso do Dia da Vitória surge poucos dias depois da tomada de posse do líder russo para um quinto mandato, numa cerimónia cuidadosamente coreografada. A tomada de posse, realizada na terça-feira no Kremlin, contou com a presença das mais altas patentes militares e políticas da Rússia, mas os Estados Unidos e muitas nações europeias recusaram-se a enviar um representante, depois de terem considerado as eleições russas uma farsa.

A tomada de posse consolidou ainda mais o controlo de Putin sobre o poder na Rússia, onde tem servido como presidente ou primeiro-ministro desde a sua primeira tomada de posse em 2000, e alterou a Constituição russa para eliminar os limites de mandatos e aumentar a duração de cada mandato de quatro para seis anos.

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