Quase 8 milhões de pessoas vão passar o Natal fora da Ucrânia. São sobretudo mulheres e crianças. À mesa faltam maridos e pais. Muitos estão na na linha da frente, outros à espera de ser chamados. Este é um conto de Natal diferente.
São milhares de famílias separadas pela guerra. O número pode aumentar nos próximos meses com as temperaturas negativas do Inverno e os bombardeamentos russos às centrais elétricas.
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Os países vizinhos, como a Moldova, preparam-se para um nova vaga de refugiados. É de lá que partiu o sexto voo humanitário da associação HELP UA.PT. Trouxe refugiados ucranianos para Portugal.
A pequena Maria chega na estação de comboios de Chisinau agarrada ao urso de peluche. A tia, refugiada na cidade do Porto, foi buscá-la à Ucrânia. Os pais planeavam vir mas não conseguiram tratar de tudo para partir a tempo.
Galyna é professora. Carrega uma mala com muito cuidado. Traz a Tiffany, uma gata de olhos azuis. Andrei viaja sozinho. Foi físico durante a União Soviética, depois trabalhou com logística, agora resolve sudoku na mesa do avião enquanto planeia o que fazer no futuro.
Ao todo são 142 passageiros. A associação planeava trazer cerca de 170 mas os apagões dificultam a fuga. Alguns vão reencontrar familiares que partiram logo no início da invasão. Outros arriscaram tudo sozinhos para um Natal com luz e aquecimento no centro de acolhimento da associação, em Mafra.
Quanto ao novo ano em Portugal, o desejo é comum: encontrar trabalho. Qualquer que seja. Sentirem-se úteis e continuar a vida para a frente é também uma forma de resistência.
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