João Rendeiro entrou confiante no tribunal de Verulam, na África do Sul. Horas depois, à saída da sala de audiência, o antigo banqueiro mostrou-se visivelmente abatido, depois de o tribunal ter recusado o pedido de caução, obrigando o ex-presidente do BPP a permanecer na prisão de Westville, até janeiro de 2022, na altura em que se iniciará o processo de extradição.
Assim que o juiz de instrução criminal começou a ditar as últimas palavras, João Rendeiro adotou uma postura mais cabisbaixa, mostrando-se tenso e nervoso. Nesse momento, de acordo com Daniela Rodrigues, a correspondente da CNN Portugal que segue o processo na África do Sul, a respiração do antigo banqueiro acelerou-se bastante.
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“Eu tive oportunidade de estar mesmo junto a João Rendeiro e a respiração dele estava muito acelerada. Muito diferente daquilo que assistimos no início da audiência do dia de hoje”, conta a jornalista da CNN Portugal.
Depois de conhecida a decisão do magistrado, levantou-se e abandonou a sala de audiências sem prestar declarações aos jornalistas.
O antigo banqueiro chegou a tribunal às 7:00 (hora de Lisboa), mas a sessão foi adiada das 7:00 para as 9:00 (hora de Lisboa), tendo arrancado antes das 8:00. Pelo meio, uma falha de eletricidade causou algumas dificuldades ao início da sessão.
Na quarta-feira, o ex-banqueiro disse que estava disposto a pagar 2.200 euros de fiança.
Durante a sessão, o magistrado sul-africano Rajesh Parshotam, desfez um por um, os argumentos da defesa, incluindo a alegação de que o mandado de detenção não cumpriu os requisitos certos e a inexistência da figura da prisão preventiva na África do Sul. Relativamente a este último ponto, ficou concluído que a preventiva pode ser pedida até 40 dias após a detenção.
“A África do Sul não pode dar-se ao luxo de ser um santuário para fugitivos", afirmou de forma conclusiva, momentos antes de proferir a decisão.
Este prazo já começou a contar quando João Rendeiro foi detido no dia 11 de dezembro.
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