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Câmara do Porto critica falta de apoio do Turismo de Portugal ao festival Primavera Sound

Criticando a falta de apoio por parte daquela entidade, mas também das empresas de publicidade a eventos realizados no Porto, comparativamente a outras regiões do país, Rui Moreira assegurou que "não ia dar com uma mão e tirar com outra"

O presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, criticou a falta de apoio do Turismo de Portugal ao festival Primavera Sound, cujo apoio municipal triplicou para as próximas três edições.

"O Turismo de Portugal entende não apoiar o Primavera [Sound]. Tive oportunidade de falar com o presidente do Instituto do Turismo de Portugal e o presidente teve o topete de dizer que é para isso que os municípios recebem taxa turística", afirmou Rui Moreira, na sessão da Assembleia Municipal do Porto, que decorreu na segunda-feira à noite.

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Na sessão, em que foi discutida a atribuição, através da empresa municipal Ágora, de um apoio no valor de 650 mil euros anual para a realização das edições de 2023, 2024 e 2025 do festival Primavera Sound, o autarca independente afirmou que, até ao momento, o Turismo de Portugal "não garantiu nenhum apoio", o que seria "razoável" que fizesse.

"Da última vez que apoiaram [o festival] mandaram um cheque de 50 e tal euros", adiantou Rui Moreira, em resposta à eleita socialista Helena Maia, que sugeriu a concessão pelo município de um "miminho" aos portuenses, com descontos aos utilizadores do cartão Porto.

Criticando a falta de apoio por parte daquela entidade, mas também das empresas de publicidade a eventos realizados no Porto, comparativamente a outras regiões do país, Rui Moreira assegurou que "não ia dar com uma mão e tirar com outra".

"A ideia parecia boa, mas se aumentamos o apoio de 250 para 650 mil euros, mas disséssemos que tinham de dar um desconto ao cartão Porto, subitamente o valor que estávamos a dar era um presente envenenado", referiu, sugerindo que fosse considerado um apoio adicional ao festival de 200 mil euros, através do qual seria possível atribuir descontos aos cidadãos do Porto.

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À semelhança do PS, também Susana Constante Pereira (BE) defendeu a importância de ser atribuído um "desconto" aos munícipes, tendo também demonstrado preocupação com as "milhares de pessoas que deixam de ter acesso" ao Parque da Cidade durante a realização do festival.

Pela CDU, Rui Sá disse ter dúvidas relativamente ao "papel dos municípios no apoio a iniciativas privadas".

Já o deputado único do PAN, Paulo Vieira de Castro, questionou o executivo sobre o impacto do festival na sustentabilidade ambiental e sobre os danos causados na biodiversidade do Parque da Cidade.

Pelo PSD, Sílvia Soares destacou que o Primavera Sound "é já uma imagem de marca da cidade" e que a proposta de triplicar o apoio municipal mostra "uma vontade expressa em investir no aumento do evento".

Defendendo que a proposta evidenciava uma "falsa união" da Assembleia Municipal, o eleito do movimento independente "Rui Moreira: Aqui Há Porto" Raul Almeida destacou que a "cultura não é um negócio", mas que este era "um bom acordo" para a cidade.

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A atribuição do apoio foi aprovada pelos eleitos do movimento independente "Rui Moreira: Aqui Há Porto", do PSD, do PS e do PAN, e com a abstenção do BE e da CDU.

O festival Primavera Sound Porto assinala a 10.ª edição com mais dias, artistas, investimento e recinto maior, anunciou o diretor do evento, José Barreiro, durante a conferência de imprensa de apresentação da edição deste ano.

O festival 'cresce' de três para quatro dias, de 60 para 76 artistas e para uma capacidade de acolher 45 mil pessoas diárias ao invés das anteriores 35 mil, fruto do aumento do recinto – Parque da Cidade – em cerca de seis hectares, explicou.

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