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Ramalho Eanes com dúvidas sobre a “importância da regionalização nesta altura”

Antigo Presidente da República manifestou dúvidas sobre a regionalização administrativa, apelando à união do país para "resolver os problemas imediatos"

O ex-Presidente da República, Ramalho Eanes, admitiu esta terça-feira ter “muitas dúvidas sobre a importância da regionalização nesta altura”, defendendo ser mais importante “mobilizar o país para resolver os problemas imediatos”.

“Essa questão vem agora à baila e eu tenho refletido sobre ela. Tenho grandes dúvidas sobre a importância de uma regionalização nesta altura. Entendo que há que mobilizar o país e não dividi-lo”, afirmou o antigo Chefe do Estado, numa conferência sobre os 48 anos de Democracia que decorreu em Fafe e contou com a presença de todos os presidentes da República eleitos após a o 25 de abril.

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Discursando perante as cerca de 300 pessoas que enchiam o teatro-cinema daquela cidade, Eanes recordou já ter defendido a regionalização administrativa quando, em 1998, se realizou um referendo.

Ainda assim, o antigo Presidente da República argumenta que a regionalização "é uma questão que não deve ser discutida levianamente" e que exige discussão “entre os partidos e entre a sociedade” sobre os custos e os benefícios.

Admitindo não dispor de "dados de análise para emitir uma opinião", Ramalho Eanes defende a importância da união do país com vista à resolução dos “problemas que são imediatos, que exigem uma resposta, porque o mundo está em convulsão, as crises passaram a ser frequentes e os meios financeiros são fracos”.

Defendeu, ainda, que a Constituição, que prevê a regionalização, é “um instrumento que uma determinada geração queria, mas que as gerações futuras podem modificar”.

“Aquilo [Constituição] não é uma armadura, aquilo é apenas uma indicação da vontade dos portugueses através dos seus representantes, numa altura especial”, sinalizou.

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