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Diocese do Porto não suspende nenhum dos sete padres no ativo suspeitos de abusos sexuais

Lista entregue pela Comissão Independente tinha 12 nomes

A Diocese do Porto revelou esta sexta-feira em comunicado que recebeu da Comissão Independente para o Estudo dos Abusos Sexuais de Crianças na Igreja Católica "uma lista de alegados abusadores que continha doze nomes". Desta lista, quatro suspeitos já morreram e um já não pertence à diocese. No entanto, a diocese informa que deu início a uma "investigação prévia a respeito dos sete clérigos vivos" mas nenhum foi suspenso.

A decisão da não suspensão contrasta com a de outras dioceses - como Angra, Évora ou Braga -, que decidiram suspender os padres no ativo suspeitos de abusos até que a investigação termine. Lisboa fez como o Porto e mantém em funções os cinco padres que tem no ativo suspeitos de abusos sexuais.

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"Nos arquivos diocesanos não se encontra qualquer indício de possíveis crimes de abusos, tal como, aliás, o Grupo de Investigação Histórica já tinha verificado. À Comissão Diocesana para o Cuidado dos Frágeis também não chegou qualquer denúncia relativamente a estes nomes. Não obstante, o processo de investigação continua. Inclusivamente, o bispo diocesano já reuniu com diversas pessoas, algumas das quais já não vivem na área da Diocese do Porto, à procura de eventuais informações complementares. Porém, também estas diligências ainda não conduziram a qualquer pista. Se, entretanto, aparecerem indícios fiáveis, o bispo diocesano não hesitará em suspender preventivamente o clérigo em causa."

Segundo a mesma nota, "por informação oral do Grupo de Investigação Histórica", as denúncias reportam às décadas de 70 e 80. A lista de nomes foi enviada para o Ministério Público.

COMUNICADO NA ÍNTEGRA

A Comissão Independente para o Estudo dos Abusos Sexuais de Crianças na Igreja Católica apresentou publicamente o seu relatório no dia 13 de fevereiro. Esse documento revelou o sofrimento de vítimas de atos hediondos e inqualificáveis que têm de ser combatidos com toda a nossa energia.

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No passado dia 3 de março, a mesma Comissão Independente entregou à diocese do Porto uma lista de alegados abusadores que continha doze nomes. Foi possível aferir, desde logo, que quatro já faleceram e um já não pertence à diocese. Por informação oral do Grupo de Investigação Histórica, ficou-se a saber que as denúncias se reportam às décadas de setenta e oitenta.

Imediatamente foi iniciada a investigação prévia a respeito dos sete clérigos vivos. Nos arquivos diocesanos, não se encontra qualquer indício de possíveis crimes de abusos, tal como, aliás, o Grupo de Investigação Histórica já tinha verificado. À Comissão Diocesana para o Cuidado dos Frágeis também não chegou qualquer denúncia relativamente a estes nomes.

Não obstante, o processo de investigação continua. Inclusivamente, o bispo diocesano já reuniu com diversas pessoas, algumas das quais já não vivem na área da Diocese do Porto, à procura de eventuais informações complementares. Porém, também estas diligências ainda não conduziram a qualquer pista. Se, entretanto, aparecerem indícios fiáveis, o bispo diocesano não hesitará em suspender preventivamente o clérigo em causa.

O bispo diocesano já entregou ao Ministério Público a lista recebida da Comissão Independente. Informa-se, ainda, que, no seguimento da decisão da última assembleia plenária da Conferência Episcopal Portuguesa, a Comissão Diocesana (do Porto) para o Cuidado dos Frágeis está em processo de renovação, ficando, brevemente, constituída apenas por leigos, dotada de sede própria e de melhores condições de trabalho. Manterá o mesmo contacto de email: cuidadodosfrageis@diocese-porto.pt.

Esta Diocese reafirma o que sempre tem dito: coloca-se do lado das vítimas, sofre com elas e tudo está a fazer para criar uma nova mentalidade e atitudes, respeitadoras e seguras, de modo a que os mais novos e suas famílias possam confiar plenamente nos agentes pastorais."

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