Um inspetor da Polícia Judiciária de Lisboa foi acusado de ofensas à integridade física graves depois de ter atingido a tiro dois jovens, menores, que perseguiu de carro e a pé na zona das Colinas do Cruzeiro, Odivelas, a 28 de maio do ano passado. Os disparos foram feitos inclusive dentro de um restaurante da Telepizza, onde os menores se esconderam, espalhando o pânico junto de clientes que pensaram tratar-se de um assalto.
Na acusação a que a CNN Portugal teve acesso, do Ministério Público de Loures, lê-se que, ao início da noite, um grupo de jovens seguia pela rua quando um deles, de 14 anos, espreitou para o terraço da residência do inspetor da PJ, por ouvir um cão em sofrimento. A mulher do polícia estava no terraço, assustou-se, e gritou pelo marido, que de imediato decidiu perseguir o grupo. Os menores correram por várias ruas de Odivelas, parando depois junto ao restaurante. O polícia seguiu-os de carro e depois a pé, com a sua arma de serviço, uma Glock19. Ao ver os alegados suspeitos, identificou-se e efetuou um disparo para o ar.
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O rapaz que tinha visto a espreitar para a sua casa fugiu. Começou a perseguição a pé, até à porta do restaurante, onde o inspetor da PJ efetuou mais dois disparos na direção do menor, que fugiu para dentro da Telepizza. Aí foram disparados mais dois tiros, um dos quais atingiu o jovem de 14 anos numa perna. Já na rua, e como o rapaz continuava a correr, o polícia fez novo disparo, acertando-lhe num pé e fazendo-o cair no chão.
Durante a perseguição, e face aos disparos, um outro jovem que estava numa esplanada foi atingido de raspão por uma das balas
Os ferimentos provocados no jovem de 14 anos obrigaram a cirurgias e tratamentos médicos de recuperação durante alguns meses.
A procuradora do Ministério Público considera que o inspetor da PJ, que também era formador de tiro na altura, atuou consciente de que as suas ações iriam provocar ferimentos no corpo do jovem.
Está agora acusado e arrisca uma pena de prisão, além de pena acessória de suspensão de funções.
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