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Ómicron "é o fim da pandemia" e "o melhor é deixar o vírus disseminar-se", defende Pedro Simas

O virologista Pedro Simas considera que neste momento a covid-19 tem "risco nulo em Portugal” e duvida da eficácia das medidas de contenção

Após o Natal, nesta terça-feira, Portugal alcançou um novo recorde de casos diários de covid-19, com 17.172 novas infeções. No entanto, e ao contrário do que aconteceu há um ano, registaram-se apenas 19 mortes e 22 pacientes internados. Para Pedro Simas, não há dúvidas: “Isto é o fim da pandemia e vai ser no mundo inteiro”.

“Durante estes dois anos, o que aconteceu é que não se vacinaram as pessoas em determinados países, mas a natureza não parou. O vírus continuou e, portanto, isto vai parar tudo ao mesmo tempo”, refere.

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O virologista, entrevistado no programa Novo Dia da CNN Portugal, assinala que “neste momento o risco é nulo em Portugal”, acrescentado que o país "está na melhor situação possível" (tendo em conta a taxa de vacinados a rondar os 90%) e que se deve "deixar o vírus disseminar-se”.

Covid-19 perto de se tornar endémico

Simas considera que o surgimento da variante Ómicron (menos virulenta e mais transmissível) mostra que o SARS-CoV-2 está a seguir uma evolução semelhante a outros coronavírus e que acabará por se tornar endémico. 

“Esta é a entrada inequívoca em endemia. Só se entra em endemia verdadeira quando num país a maior parte das pessoas já teve infeções e o vírus circula livremente. Isto é normal”, aponta.

O especialista lembra que "passadas três semanas, confirma-se que [a Ómicron] é menos virulenta e mais contagiosa". Simas acredita que a nova variante "vai conquistar o mundo inteiro e fazer com que a Delta desapareça".

No seu entender, "para um país como Portugal é uma excelente notícia", tendo em conta que esta estirpe "é muito eficiente a transmitir-se e vai conferir uma imunidade às pessoas muito boa", sobretudo contra as variantes anteriores, que tinham uma sintomatologia mais severa.

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Medidas restritivas são necessárias e benéficas?

Na opinião de Pedro Simas, a resposta é não, porque entende que Portugal trocou as "filas de pessoas nas urgências", verificadas no ano passado, por "filas de pessoas nas urgências para fazerem testes e a recorrerem aos hospitais porque estão com medo devido a este foco exagerado nas infeções”.

O virologista classifica as restrições neste momento em vigor como "extremamente penosas". Simas reitera que as medidas "não são eficientes a impedir a disseminação do vírus" e que esta propagação seria "benéfica" em casos como Portugal, uma vez que confere "uma imunidade natural muito mais completa" do que a que resulta das vacinas.

“Nesta altura, faz sentido assumir o papel de liderança mundial que Portugal tem com os 90% de vacinação. Assumir essa posição e dar um exemplo ao mundo que nós podemos desconfinar. Esta corrida aos testes não é boa, há muito alarmismo. (...) Não há risco praticamente em Portugal”, alerta.

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Pedro Simas diz que entrar no próximo ano "com o pé direito" seria reconhecer que "as medidas que estão a ser adotadas em Portugal são muito exageradas".

Período de isolamento e uso de máscaras

Na segunda-feira, o Centro de Controlo e Prevenção de Doenças (CDC) dos Estados Unidos recomendou a redução do período de isolamento de quem teste positivo à covid-19 de 10 para cinco dias. Pedro Simas vai mais longe e defende que período de isolamento deve ser eliminado.

“Não é reduzir, é eliminar. Portugal não pode começar o ano com as escolas fechadas. Não há razão nenhuma científica nem de saúde pública para se terem as escolas fechadas. Estes vírus vão propagar-se como os outros”, teoriza.

Quanto ao uso de máscara, o especialista acredita que este se deve manter durante os meses de janeiro e fevereiro. Todavia, alerta que prolongar a recomendação de utilização de proteção respiratória durante demasiado tempo se pode vir a tornar um problema "termos de saúde pública".

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