Pedro Nuno Santos aponta os salários como “uma das maiores preocupações da grande maioria dos portugueses. Por isso, promete rever a meta: “propomos que, no final da próxima legislatura, em 2028, o salário mínimo atinja, pelo menos, os mil euros”. Em dois anos, serão mais 100 euros do que a meta já definida para 2026, de 900 euros. O secretário-geral do PS promete também rever o acordo com a concertação social para associar o aumento do salário médio ao salário mínimo.
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Pedro Nuno Santos promete cumprir “a lei que regula a sua atualização, garantindo uma subida mínima para as pensões mais baixas”. A novidade está noutro âmbito: avançar com uma “reforma das fontes de financiamento do sistema de segurança social”, para que esta “não dependa apenas das contribuições pagas sobre o trabalho”. Pedro Nuno Santos apontou para a necessidade de “um país onde o sistema público de pensões paga pensões dignas a quem trabalhou uma vida inteira, mas que não depende só das contribuições dos trabalhadores para se financiar”.
Habitação: subida das rendas a depender dos salários em anos de alta inflaçãoAlém da “maior reforma da habitação” que já está “em curso”, com o reforço do parque público, Pedro Nuno Santos quer rever a forma como é calculada a atualização das rendas, em parceria com o Instituto Nacional de Estatística. Se a inflação for igual ou superior a 2%, mantém-se o atual enquadramento. Se for superior, “a atualização terá de ter em linha de conta a capacidade das pessoas as pagarem, que é medida pela evolução dos salários”. Pedro Nuno Santos deseja “um país onde a habitação não é um bem de luxo, onde a comunidade consegue construir um parque público que dê resposta às necessidades não só da população desfavorecida, mas também da classe média”.
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Para Pedro Nuno Santos, a reforma do SNS com a criação das Unidades Locais de Saúde é para continuar. E acena com a necessidade de “investir na valorização da carreira médica para termos profissionais de saúde motivados”. Uma das promessas nesta área é a de juntar uma nova especialidade ao SNS: a medicina dentária. “Iremos promover um programa de saúde oral que, de forma gradual e progressiva, garanta cuidados de saúde oral aos portugueses no SNS”, com a criação dessa carreira no serviço público. Pedro Nuno Santos defendeu “um país que se organiza de forma a garantir cuidados de saúde a quem necessita deles em condições de tempo e qualidade compatíveis com um país desenvolvido.
Educação: aumentar os salários de entrada dos professoresPUB
Pedro Nuno Santos argumenta que é necessário “atrair e reter mais profissionais também existentes na escola pública”. Para fazê-lo, prometeu “aumentar os salários de entrada na carreira docente”. E, para dar “maior equilíbrio à carreira”, define o objetivo de “reduzir as diferenças entre os primeiros e os últimos escalões”. Traçou o desejo de “uma escola pública onde os professores se sentem reconhecidos e motivados para fazerem da escola portuguesa um espaço de florescimento e progresso intelectual”.
Empresas: maior critério nos apoios, foco para áreas estratégicasPara Pedro Nuno Santos, a “principal missão” é “alterar o perfil de especialização da nossa economia”. Porque só isso permitirá “pagar melhores salários e gerar as receitas para financiar um Estado social avançado”. Essa meta implica a “obrigação de fazer escolhas quanto aos setores e tecnologias. O líder do PS considerou que “a incapacidade de dizer não” levou a apoios indiscriminados “independentemente do seu potencial de arrastamento da economia”. Agora, disse, é necessário “intensificar o grau de seletividade”. Prometeu um “programa de desburocratização e simplificação” e um “programa de apoios à internacionalização que seja mais do que um apoio às exportações”.
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Pedro Nuno Santos procurou afirmar, assente na “âncora moral” e na “bússola moral” que é o 25 de Abril, quais são os seus próprios valores. “A democracia e o Estado social são as maiores construções coletivas que fomos capazes de erguer”, afirmou. E, nessas construções, está assenta a ideia de “comunidade” que vincou. Pedro Nuno Santos, piscando à esquerda, quis afirmar-se como o garante dessa união: “Aprendemos a cooperar, a fazer coisas em conjunto. É isso que a expressão ‘a união faz a força’ quer dizer. É através da união, da cooperação, que os fracos se tornam fortes”. E acrescentou: “é também esta visão que nos separa da atual direita”. Um discurso que procurou não deixar ninguém para trás, incluindo trabalhadores, empresários, pensionistas, as famílias que sentem o impacto da subida das rendas, os jovens e estudantes. “Cooperamos porque, para nós, os problemas de uns são os problemas de todos”.
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“Não queremos um país na média europeia. Ambicionamos um país de topo: no topo da qualidade de vida, da segurança e da inovação”, traçou Pedro Nuno Santos. Mas isso não implica rasgar com o legado do antecessor, António Costa, que não se limitou “a virar a página da austeridade”, mas antes a escrever um capítulo inteiro recheado de avanços para a história da nossa democracia”. “Nós não andamos a brincar às reformas; não mudamos por mudar”, resumiu.
Direita: um aviso a quem não está pronto para "decidir"“Portugal não pode esperar. Queremos decidir. Queremos avançar”, afirmou Pedro Nuno Santos na fase final do discurso. Foi nela que dirigiu uma palavra mais direta à direita. Esta “transformou a principal função de um político - tomar decisões - numa coisa negativa, errada, indesejada”. E acrescentou: “É compreensível, para a direita, decidir representa um pesadelo. Resulta, por um lado, do mantra que o mercado tudo resolve e, por outro lado, da sua inexperiência e impreparação governativa”, recordando a falta de decisões sobre o TGV ou a nova localização do aeroporto de Lisboa.
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