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Vice da Comissão Europeia garante que só recebeu uma bola, bombons e lembranças do Catar

Em troca, explicou, ofereceu os presentes protocolares típicos do executivo comunitário: uma vela e um pisa-papéis.

O vice-presidente da Comissão Europeia para a Promoção do Estilo de Vida Europeu, Margaritis Schinas, assegurou esta terça-feira que apenas recebeu do Catar uma bola de futebol, uma caixa de bombons e lembranças relativas ao Mundial de Futebol.

O comissário grego sublinhou também que assistiu à cerimónia inaugural do Mundial do Catar em representação da Comissão Europeia.

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Numa conferência de imprensa em Estrasburgo para apresentar várias iniciativas legislativas sobre segurança, Schinas foi sobretudo alvo de perguntas sobre a sua presença nessa cerimónia e as mensagens que nos últimos meses publicou nas redes sociais elogiando as reformas laborais no Catar, questionadas nos últimos dias devido ao escândalo revelado no Parlamento Europeu.

“Estive na cerimónia de abertura do Mundial como representante da Comissão. Era o primeiro evento desportivo global pós-pandémico, e a Europa não podia estar ausente dessa ocasião. Com toda a transparência, mantive encontros com os líderes das federações europeias e defendi o nosso modelo europeu de desportos”, afirmou o vice-presidente do executivo comunitário.

Schinas sustentou que todas as suas declarações públicas sobre o Catar são “100% compatíveis com a política da Comissão”, que cumpriu “religiosa e escrupulosamente”.

“Escrevo e continuarei a escrever no Twitter com transparência. E deixe-me dizer-lhe uma coisa: ainda bem que ‘tweetei’. Imagine que tipo de críticas teria recebido se não tivesse ‘tweetado’. Tudo o que disse, tudo o que fiz, está à luz do dia”, defendeu.

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Questionado sobre se em alguma ocasião recebeu presentes do Catar, o comissário grego precisou que lhe ofereceram “uma bola de futebol, uma caixa de bombons (que ofereceu ao seu motorista no país) e lembranças variadas do Mundial”, todas elas abaixo do valor monetário que exige que sejam declaradas à Comissão.

Em troca, acrescentou, ofereceu os presentes protocolares típicos do executivo comunitário: uma vela e um pisa-papéis.

Bruxelas chocada com o caso de alegda corrupção

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, pediu na segunda-feira que as instituições europeias se rejam por “elevados padrões de independência e integridade”, após o escândalo de presumível corrupção no Parlamento Europeu relacionado com o Catar.

Von der Leyen evitou referir-se a essa visita de Schinas ao Catar e limitou-se a constatar que “todas” as reuniões dos comissários “estão registadas” na agenda de transparência.

Schinas expressou também o desejo de que o Parlamento Europeu, abalado pela detenção da sua então vice-presidente (e agora já ex-vice-presidente) Eva Kaili e de vários elementos da sua equipa ligados aos alegados subornos do Catar, “continue a ser um bastião da democracia europeia, de que todos os europeus possam orgulhar-se”.

“Esta semana não me senti orgulhoso. Houve indignação e frustração. E francamente, tudo isso foi justificado. Compraz-me que o Parlamento já tenha tomado medidas contra aqueles que estão a ser investigados e esteja a trabalhar arduamente para recuperar a confiança perdida”, declarou o comissário grego.

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