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Melhor ou pior. Ao terceiro dia de janeiro, infeções disparam mas há menos 2000 internados do que há um ano

Rubrica Melhor ou Pior da CNN compara períodos homólogos da pandemia. No terceiro dia de janeiro, o número de testes voltou a disparar e o de infeções também mas a taxa de positividade continua inferior à de há um ano

Segunda feira, 3 de janeiro de 2022, primeiro dia útil do ano: foram realizados 252 mil testes; e detetadas quase 26 mil infeções. A pandemia agravou-se? Aparentemente, sim, mas não na mesma proporção.

Um dia é pouco para fazer análises comparadas, razão pela qual a CNN Portugal tem analisado semanas inteiras. Assim faz também adiante neste texto. Mas analisemos também os dados revelados esta terça feira, dia 4 de janeiro (relativos à véspera), uma vez que eles parecem mostrar um disparo em relação à véspera. Um disparo que precisa de ser contextualizado.

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Se nos dias 1 e 2 de janeiro o número de testes caiu a pique em relação aos últimos dias de 2021, para uma média de 90 mil testes/dia, no primeiro dia útil do ano os portugueses voltaram a testar, no que resultou um total de 252 mil testes com resultados, mais 178% do que no fim de semana precedente. Da mesma forma, o número de infeções disparou 139%, para quase 26 mil.

Dos 256 mil testes desta terça feira, 56 mil foram PCR e 196 mil antigénio.

A correlação entre número de testes e número de infectados é mais do que uma intuição. Com a reserva de que é um período relativamente curto para o cálculo, analisando os últimos 34 dias (desde 1 de dezembro), a correlação pode ser matematicamente calculada em 0,8 (quanto mais próximo de 1, mais perfeita é a correlação). E essa será, pois, uma das razões para este aumento hoje anunciado. Mas não explica tudo. O número de óbitos e de internamentos também subiu, embora não saia ainda das médias anteriores.

Semana de viragem do ano

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Analisando a semana de viragem do ano, entre 28 de dezembro e 3 de janeiro, verifica-se que o número de óbitos em média por dia foi de 15, precisamente o verificado neste 3 de janeiro. O valor desta semana é 80% abaixo dos 74 óbitos diários verificados na mesma semana de um ano antes. Também o número de internados, e em UCI, continua francamente abaixo do que se verificava um ano antes. Mesmo se há na última semana quarto vezes e meia o número de infetados de um ano antes (média diária de 22.245 este ano contra 4.994 na mesma semana de há um ano), o que também está relacionado com o aumento de mais de sete vezes e meia do número de testes realizados.

Pandemia menos grave

A CNN Portugal está a publicar esta análise sobre dados semanais para aprofundar a comparabilidade, evitando por exemplo comparar um dia de semana deste ano com um dia de fim de semana do ano passado. Fá-lo para medir não apenas valores absolutos mas também para poder aferir sobre a gravidade comparada com o passado. Como vários especialistas têm apontado, a variante Ómicron, agora dominante, tem uma transmissibilidade muito elevada mas o seu impacto é menor do ponto de vista do desenvolvimento de doença grave e da mortalidade.

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Estes indicadores mostram que a pandemia está mais alastrada mas é menos grave nesta semana de viragem do ano do que era um ano antes. Para isto contribuirá a vacinação e uma menor virulência da variante Ómicron.

Notas: a proporção entre número de infetados e número de testes realizado não é a taxa oficial de positividade, pois muitos dos casos confirmados podem referir-se a análises em atraso (é, ainda assim, uma aproximação a essa taxa).

Da mesma forma, a relação entre internados e infetados é uma indicação que não deve fazer esquecer que muitos podem tornar-se internados apenas algum tempo depois da infeção. É apenas a comparação entre o número médio de pessoas internadas em cada dia com o número médio de novos infetados reportados em cada dia.

Recorde-se que os números de internados e em UCI são as médias em cada dia (não os novos internados ou os novos em UCI), seguindo-se a metodologia utilizada todos os dias pela DGS. Quando por exemplo se vê uma proporção de 4,8% entre internados e infetados, isso não significa que 4,8% dos infetados sejam internados, mas sim que face ao número de infetados comunicados nessa semana houve uma média de 4,8% internamentos. São esses os critérios comunicados diariamente pela DGS.

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