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Empresa energética manda clientes aquecerem-se aninhando-se nos animais de estimação

Uma empresa energética britânica veio desculpar-se pelo “descabido e ofensivo” conselho enviado aos clientes, sugerindo que se aninhassem nos animais de estimação e se exercitassem para reduzirem a fatura com o aquecimento.

A SSE, que pertence ao grupo da OVO Energy, sugeriu “10 maneiras simples e eficientes para se manter quente no inverno”, segundo o Financial Times, que deu a conhecer a história.

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Comer papas de aveia, fazer polichinelo e aninhar-se nos animais de estimação estavam entre as recomendações na página que entretanto foi apagada da internet.

Numa declaração enviada à CNN, um porta-voz da OVO Energy disse: “Recentemente, foi enviada aos clientes uma ligação a um blog com dicas sobre poupança energética. Temos noção das dificuldades que muitos dos nossos clientes enfrentarão este ano.”

"Trabalhamos arduamente em busca de soluções proveitosas no decorrer desta crise energética, e reconhecemos que o conteúdo de tal blog era descabido e ofensivo. Sentimo-nos envergonhados e pedimos as mais sinceras desculpas”, acrescentou o porta-voz.

Algumas empresas e casas britânicas sofreram um aumento da fatura elétrica nos últimos meses, justificada pelos fornecedores com o aumento exponencial do preço do gás

Este ano, os consumidores britânicos pagarão aproximadamente mais 790 libras para aquecer e iluminar as suas casas, segundo o Bank of America. O preço de revenda do gás na Europa subiu 400% no ano anterior e os preços da eletricidade aumentaram 300%, disse o analista do banco na semana passada. Os aumentos foram potenciados pelo clima frio, cortes nas centrais elétricas em França e decréscimo do fluxo de gás oriundo da Rússia.

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Segundo a National Energy Action, mais de quatro milhões de casas britânicas encontram-se no limiar da pobreza energética, um número que poderá aumentar em dois milhões em abril, aquando do esperado aumento dos preços da energia.

A OVO Energy removeu o conselho na sequência da onda de críticas dos legisladores e dos defensores das causas.

Após o pedido de desculpas, o deputado britânico Darren Jones, com assento parlamentar no comité de seleção empresarial, escreveu no Twitter: “Ainda bem que pediram desculpa. Não sei quem terá autorizado uma campanha de marketing a dizer às pessoas sem posses para se agasalharem e comerem papas de aveia em vez de ligar o aquecimento.”

Halima Begum, responsável pela igualdade racial no painel de consultores Runnymede Trust, criticou o conselho “ofensivo” e “grosseiro”, especialmente na parte da sugestão do exercício físico e das implicações para quem está impossibilitado de o fazer.

Begum disse que metade das sete milhões de pessoas que vivem na pobreza são incapacitadas ou têm uma pessoa com cadeiras de rodas no seu agregado. Escreveu ela no Twitter: "E deviam fazer polichinelo para manter o seu direito básico ao aquecimento?”

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