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Hoje é "dia de Champions" no NOS Alive. Os Quatro e Meia, que afinal são seis, são as "mentes iluminadas" que decidiram atuar de fato

Banda subiu hoje pela primeira vez ao palco do festival perante uma plateia bem composta, numa altura em que os termómetros marcavam 36 graus. E apesar de terem confessado que pensavam que as pessoas estariam ali para ver "outros artistas", o público mostrou conhecer as músicas na ponta de língua

Tiago Nogueira (voz e guitarra), Ricardo Liz Almeida (voz e guitarra), Mário Ferreira (teclados e vozes), João Cristóvão Rodrigues (violino), Pedro Figueiredo (bateria e percussão) e Rui Marques (baixo) são seis amigos que, em 2013, formaram uma banda em Coimbra e que, quase dez anos depois, subiram ao palco principal do NOS Alive pela primeira vez.  

Em entrevista à CNN Portugal, momentos antes do concerto, a banda confessou-se entusiasmada e com vontade de dar um concerto com "uma performance ao mais alto nível".

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"Temos aqui duas situações distintas para aquilo que são os nossos concertos: um tempo limitado e, no fundo, sentimos que isto é a prova dos 400 metros. Não é assim tão curto nem é assim tão longo, e temos de dar uma performance ao mais alto nível. Sentimos que as pessoas que nos vêm ver cá, naturalmente, estão à espera de outros artistas", afirmou Pedro Figueiredo, o último membro a ser adicionado à banda.

Por sua vez, Ricardo Liz Almeida aproveita o momento para dar voz ao treinador que vive em si e compara o concerto de hoje a um jogo da Liga dos Campeões.

"Ontem foi o sábado, hoje é quarta-feira, dia de Champions. E vamos jogar. Mas estivemos a preparar toda a época para isto e estamos preparados para este desafio. A equipa está preparada mentalmente, lá em cima. Níveis lá em cima, fisicamente não acusamos desgaste. Estamos preparados para dar tudo dentro de uma hora. E acreditamos no mister", explica.

Durante o concerto, que aconteceu perante uma plateia bem composta, numa altura em que os termómetros marcavam 36 graus, a banda subiu a palco de fato e gravata e Tiago Nogueira até gracejou com a decisão da indumentária.

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"Gostava de agradecer às seis mentes iluminadas que acharam que era boa ideia tocar sempre de fato e gravata... Ca burros!", atirou a meio do concerto, arrancando gargalhadas ao público.

A banda mostrou-se imparável ao longo de uma hora de concerto e a multidão, a sua maioria uma vez mais "escondida" na sombra do palco, mostrou saber as músicas de fio a pavio, entoando êxitos como "Baile de São Simão", "Canção do Metro", "Sentir o Sol", "A Terra Gira", "Olá Solidão" e "P'ra frente é que é Lisboa" (que encerrou o concerto).

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Quando questionados se a música que fechou o concerto era um presságio do que se seguiria na carreira da banda quando foi escrita, Tiago Nogueira, vocalista da banda, explica que aquele que foi o primeiro original do grupo (escrito em 2013) foi escrito porque "é uma expressão muito usada" na zona de Coimbra.

"Normalmente até se diz "para trás mija a burra", e como não podíamos usar isto em televisão, a métrica não ficava bem, mas 'P'ra Frente é que é Lisboa' é uma expressão muito positiva. Também é isso que é a nossa imagem de marca, a nossa identidade, muito felizes por poder fazer algo que gostamos tanto, e de facto temos aproveitado cada minuto para desfrutar do improviso que a vida nos tem dado e chegamos cada vez mais a sítios onde nunca pensámos chegar, o Alive é um desses locais".

Um grupo de seis chamado quatro e meia

Confessando que tentam "todos os dias fazer o melhor e o máximo para chegar às pessoas" a quem entregam o trabalho, a banda conta ainda que é um orgulho e o melhor regresso pós-pandemia ter um concerto no NOS Alive.

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"A verdade é que fomos evoluindo, aprendendo com outros músicos, com produtores, com editoras, com agências.... A nossa equipa técnica, então, foi a maior responsável pelo crescimento musical da banda. E hoje estamos aqui, contra todas as probabilidades, num dos maiores palcos de festivais do país, senão no maior, para mostrar a nossa música, que foi evoluindo ao longo destes nove anos", afirma Tiago Nogueira.

A banda de Coimbra tem como nome "Os Quatro e Meia" e leva a palco... seis músicas. Contas confusas? Nem por isso. 

A banda "Os Quatro e Meia" depois da entrevista à CNN Portugal

Rui Marques começa por uma teoria mais arrojada, que envolve várias garrafas de whisky e que leva a banda às gargalhadas, mas depois acaba por contar como é que a conta se fez.

"A primeira vez que tivemos um concerto, em 2013, éramos só nós os cinco, o Pedro Figueiredo estava em Ibiza a passar som numa viagem de finalistas. O que aconteceu foi que, na altura, perguntaram-nos como é que nos íamos apresentar em termos de nome, nós não fazíamos ideia do que íamos dizer, e contámos e eram quatro e meia (aponta para os colegas e depos para si, o "Meia"). Entretanto o Pedro Figueiredo juntou-se à banda e nós já tínhamos uma panóplia de seguidores - uns cinco, seis - e então achámos que não valia a pena mudar o nome", conta, entre as gargalhadas da banda.

O segundo dia de NOS Alive conta ainda com os concertos de Celeste, Jorja Smith, Florence + The Machine e Alt-J no palco principal. O primeiro dia de festival contou com 45 mil pessoas.

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