O diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA) reuniu-se esta quarta-feira em Istambul com altos funcionários russos para discutir uma possível inspeção na central nuclear ucraniana de Zaporizhzhya , ocupada pela Rússia desde março.
"Importantes discussões técnicas [decorrem] hoje em Istambul sobre uma iminente missão da AIEA à central nuclear ucraniana em Zaporizhzhya”, declarou Rafael Grossi na rede social Twitter.
PUB
Important technical discussions today in Istanbul on @IAEAorg's imminent mission to #Ukraine’s Zaporizhzhya Nuclear Power Plant. pic.twitter.com/3DmEx9PAA0
— Rafael MarianoGrossi (@rafaelmgrossi) August 24, 2022
A mensagem é acompanhada por uma foto que mostra Grossi e dois outros altos funcionários da AIEA – agência da ONU - reunidos com uma delegação russa liderada por Alexei Likhachev, chefe da Rosatom, empresa estatal de energia nuclear da Rússia.
O diretor-geral da AIEA está a alertar há meses sobre o risco da ocupação russa na central nuclear de Zaporizhzhya, a maior da Europa, com seis reatores.
A situação agravou-se com os recentes bombardeamentos nas proximidades da central nuclear, os quais Rússia e Ucrânia se acusam mutuamente.
PUB
A AIEA garantiu na terça-feira, num comunicado, que a Ucrânia informou que as explosões registadas no último fim de semana causaram "danos adicionais" nas proximidades da central nuclear.
Grossi alertou novamente sobre "os sérios riscos de segurança e proteção nuclear enfrentados pela instalação" e sublinhou a necessidade urgente de um grupo de especialistas da AIEA visitar a central o mais rápido possível.
A Rússia confirmou esta quarta-feira que compartilha a intenção da AIEA de realizar tal missão num futuro próximo, assim que a situação militar no terreno permitir.
Num comunicado, a Rosatom enfatizou a tarefa prioritária de garantir a segurança das instalações nucleares na Rússia e na Ucrânia após os ataques à central nuclear de Zaporizhzhya, que a Rússia atribui a grupos armados ucranianos.
Além disso, a agência russa referiu, na nota, supostas ações de sabotagem contra a central nuclear russa em Kursk, localizada a cerca de 150 quilómetros da fronteira com a Ucrânia.
A esse respeito, enfatizou que a segurança das instalações nucleares, onde quer que estejam, sempre foi e continua a ser uma prioridade absoluta para a Rússia.
PUB