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Morreu João Donato, pianista e precursor da bossa nova no Brasil

João Donato morreu aos 88 anos no Rio de Janeiro, vítima de pneumonia

O pianista, cantor e compositor João Donato, considerado um dos precursores da bossa nova, morreu na madrugada desta segunda-feira na cidade brasileira do Rio de Janeiro, anunciou a família.

O músico será velado no Theatro Municipal do Rio de Janeiro e cremado no Memorial do Carmo, na região central da cidade.

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Segundo os media locais, Donato, de 88 anos, estava internado com pneumonia na Casa de Saúde São José, no Humaitá, e chegou a ser entubado há duas semanas.

O presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, que se encontra em visita a Bruxelas, divulgou uma nota de pesar nas redes sociais, afirmando que o artista foi um dos “génios da música brasileira”.

“Perdemos hoje um de nossos maiores e mais criativos compositores. Nascido no Acre, foi no Rio de Janeiro que construiu sua trajetória e marcou a história da música em nosso país, com composições que correram o mundo”, frisou Lula da Silva.

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“João Donato via música em tudo. Inovou, passou pelo samba, bossa nova, jazz, forró e na mistura de ritmos construiu algo único. Manteve-se criando e inovando até o fim. Que encontre a paz que tanto cantou. Sua música permanecerá conosco. Meus sentimentos aos familiares, amigos, músicos que nele se inspiraram e fãs no mundo todo”, concluiu.

Pianista, compositor e cantor, João Donato foi, na década de 1950, um dos precursores da bossa nova, um  movimento da música popular brasileira mundialmente conhecido que tem forte influência do samba ‘carioca’ e do jazz.

Na década seguinte, Donato deixou-se seduzir também pela música afro-cubana, impondo-se posteriormente como um autor incontornável da Música Popular Brasileira (MPB).

Ao longo de 74 anos de carreira, o músico tocou com artistas como Astrud Gilberto, Dorival Caymmi, Tom Jobim, Eumir Deodato, Stan Kenton, Nelson Riddle, Herbie Mann e Wes Montgomery.

Em 2000, foi contemplado com o prémio Shell de Música pelo conjunto da obra. Três anos depois, ganhou o prémio da Associação Paulista dos Críticos de Arte (APCA). Em 2004, foi contemplado com o prémio Tim pelo disco “Emílio Santiago encontra João Donato”.

Em 2019, o artista brasileiro apresentou, em Lisboa, “Donato Elétrico”, álbum em que voltou aos pianos elétricos ‘vintage’ e sintetizadores analógicos.

Aquela foi a sua terceira atuação em Portugal. Em 2009, passou pela Casa da Música (com Emílio Santiago e Joyce) e em 2013 apresentou-se no Espaço Brasil, da Lx Factory, em quarteto.

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