O navio-almirante da frota russa do Mar Negro e uma das mais importantes embarcações da marinha russa, o Moskva, foi atingido na noite de quarta-feira pelo exército ucraniano com mísseis antinavio, acabando por ser abandonado em alto mar pela sua tripulação. Moscovo confirma a evacuação do navio "devido a um incêndio". Ainda não existe confirmação de que o navio tenha sido afundado.
O ministério da Defesa russo confirmou um “incidente” a bordo do navio de guerra, em declarações às agências de comunicação estatais TASS e Ria Novosti. Moscovo afirma que houve um incêndio e que a embarcação ficou seriamente danificada e a tripulação teve de ser evacuada. As autoridades acrescentam também que o caso vai ser investigado.
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No entanto, os primeiros relatados surgiram na rede social do Telegram, onde o chefe da administração militar regional de Odesa, Maksym Marchenko, garantiu que vários mísseis antinavio Neptuno disparados da cidade atingiram o cruzador da Classe Slava.
"Não entendemos o que aconteceu", disse, de forma sarcástica, um conselheiro do Presidente ucraniano. "Chegou uma surpresa ao navio-almirante da frota russa no mar Negro", disse Oleksiï Arestovitch, num vídeo publicada na plataforma YouTube.
O Moskva “está a arder intensamente. E com este mar agitado, é impossível saber quando eles poderão receber ajuda", disse Arestovitch, assegurando que "510 tripulantes" estavam a bordo.
O cruzador participou, nos primeiros dias da invasão, num ataque contra a ilha das Serpentes, localizada no mar Negro, perto da fronteira romena, durante o qual 19 marinheiros ucranianos foram capturados. Os marinheiros foram posteriormente trocados por prisioneiros russos.
Com mais de 186 metros de comprimento, 12 mil toneladas e uma tripulação de quase 500 marinheiros, o Moskva era um dos maiores e mais importantes navios da frota militar russa. Construído pela marinha soviética, foi batizado com o nome Slava, acabando por mudar de nome para Moskva em 1995.
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A embarcação está equipada com uma vasta gama de mísseis antinavio e antiaéreos, bem como vários torpedos e sistemas de defesa, o que significa que o Moskva transportava uma vasta quantidade de explosivos no momento em que a explosão terá ocorrido.
A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que já matou quase dois mil civis, segundo dados da ONU, que alerta para a probabilidade de o número real ser muito maior.
A guerra causou a fuga de mais de 11 milhões de pessoas, mais de 4,5 milhões das quais para os países vizinhos.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.
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