Os corpos de doze migrantes foram encontrados num campo gelado próximo da cidade fronteiriça de Ipsala, na Turquia, depois de uma semana de tempestades que cobriu de neve a região turca, bem como algumas partes da Grécia.
Os migrantes, que foram encontrados com pouca roupa no corpo, terão morrido na quarta-feira e, segundo as autoridades turcas, morreram depois de terem sido obrigados a voltar para trás quando tentavam entrar na Grécia.
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Segundo a CNN, o país de origem dos migrantes não é conhecido, mas as mortes estiveram na origem de um incidente diplomático entre Turquia e Grécia: o ministro do Interior turco, Suleyman Soylu, acusou os agentes da fronteira grega de terem tirado roupas e sapatos aos migrantes, tendo-os deixado à morte na lama num dia de muito frio, e chegou mesmo a publicar no Twitter imagens desfocadas dos corpos.
"É inaceitável deixar 12 pessoas a morrer de frio. Mas esta não é a primeira vez que enfrentamos esse comportamento da Grécia", disse esta quinta-feira o presidente, Recep Tayyip Erdogan, denunciando o "silêncio" da União Europeia.
Até ao momento, ainda que o governo de Ancara não tenha feito qualquer atualização do número de óbitos, a imprensa turca cita informações dos responsáveis da província de Edirne que garantem que já foram encontrados mais sete corpos de migrantes que morreram congelados no mesmo local, elevando para 19 o total de vítimas mortais.
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O ministro turco Soylu acusou ainda as autoridades gregas que patrulham a fronteira de serem criminosas, frisando que a União Europeia é "desprovida de sentimentos humanos".
O ministro grego para as migrações, Notis Mitarachi, respondeu entretanto às acusações da Turquia, dizendo que as mortes foram uma tragédia e garantindo que os migrantes não foram afastados na fronteira e que tudo não passa de "falsa propaganda" do governo turco.
"Estes migrantes nunca chegaram à fronteira. Qualquer sugestão de que chegaram ou que foram efetivamente empurrados de volta para a Turquia é um absurdo total", frisou, numa declaração prestada quando se encontrava em Lille, França, para um encontro da UE sobre migrações.
"Em vez de divulgar informações infundadas, a Turquia precisa de cumprir as suas obrigações e trabalhar para impedir estas viagens perigosas", acrescentou o responsável grego.
Ainda que Atenas tenha rejeitado a expulsão de migrantes na fronteira, muitos dos que tentam chegar à Europa através da Grécia relataram à ONU que são empurrados e obrigados a recuar pelas patrulhas fronteiriças gregas, muitas vezes em alto mar.
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