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Câmara de Portimão reduz os períodos de rega dos espaços verdes no combate ao desperdício de água

Autarquia assegura também que vai reforçar ações de fiscalização aos equipamentos de rega e solicita aos cidadãos que denunciem situações anómalas no que respeita a perdas de água

O município de Portimão decidiu reforçar as medidas já em vigor para racionalizar e combater o desperdício de água, com destaque para a redução dos períodos de rega dos espaços verdes, anunciou esta sexta-feira a autarquia.

A presidente da Câmara do concelho algarvio, Isilda Gomes, reconheceu, em declarações à agência Lusa, que as medidas "não vão resolver o problema da falta de água”, contudo, “irão ajudar na redução do seu consumo".

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“Vamos elaborar mensalmente um relatório para ver qual é a poupança que conseguimos com estas medidas”, disse a presidente daquela autarquia do distrito de Faro, recordando que as novas medidas se juntam a outras já em vigor.

Segundo a autarquia, o concelho vai “implementar ciclos de rega mínima que garantam a sobrevivência das espécies”, os quais decorrerão apenas no período noturno, das 23:00 às 07:00.

Paralelamente, a Câmara está a solicitar aos cidadãos que detetem uma situação anómala no que diz respeito à rega de espaços públicos ou a perdas de água, que liguem de imediato para o Serviço Municipal de Proteção Civil, assegurando que vai reforçar as ações de fiscalização aos equipamentos de rega.

Quanto aos elementos de água e bicas em espaço público, os tempos de funcionamento e a periodicidade de recarga das fontes serão restritos ao horário diurno, “podendo ser interrompidos nas situações em que se verifiquem consumos disruptivos”.

Estas medidas vêm juntar-se a outras já em vigor desde há alguns meses, como a do encerramento das piscinas públicas municipais, dos chuveiros de praia e dos lava-pés, no sentido de “assegurar consumos de água de uma forma estritamente necessária e responsável”.

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Por outro lado, Isilda Gomes afirma compreender que o Governo tenha recomendado o aumento da tarifa da água para os maiores consumidores (a partir de 15 m3) em 43 concelhos em situação mais crítica, entre os quais se encontra o concelho vizinho de Lagos.

No entanto, a presidente da Câmara de Portimão considera que “a regra não se pode aplicar de uma forma cega” e tem de ser “socialmente correta e sustentável”, defendendo que seja tomado em atenção os cidadãos com recursos baixos, assim como a diferenciação da dimensão dos agregados familiares.

“Nós compramos à Águas do Algarve e se esta empresa não aumentar o preço, também não é lógico que nós o façamos”, disse Isilda Gomes, recordando ainda que o concelho depende muito do turismo, havendo um limite à diminuição desejada de consumo de água sem prejudicar esse setor.

Os municípios algarvios aprovaram a 15 de julho último novas medidas de combate à seca na região, como o encerramento das piscinas municipais públicas em agosto e das fontes ornamentais.

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O Governo anunciou na quarta-feira, que, para fazer face à situação de seca, vai recomendar o aumento da tarifa da água para os maiores consumidores (a partir de 15 m3) em 43 concelhos em situação mais crítica, entre eles três do Algarve (Lagos, Vila do Bispo e Aljezur).

A seca prolongada no continente está a afetar as culturas, levou a cortes no uso da água e obrigou aldeias a serem abastecidas com autotanques.

Desde outubro do ano passado até agosto choveu praticamente metade do que seria o normal, segundo o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA).

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