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27 indivíduos e entidades, 350 membros da câmara baixa do Parlamento russo: são estes os alvos das sanções da UE que vão "doer muito à Rússia"

Objetivo é "impedir a Rússia de ter acesso ao mercado de capitais europeus" e "isolar a Rússia económica e financeiramente"

O chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell, anunciou esta terça-feira que os Estados-membros da União Europeia (UE) aprovaram um pacote de sanções económicas que têm como objetivo "isolar a Rússia", após as recentes movimentações do Kremlin em relação à Ucrânia.

De acordo com Borrell, as sanções dirigem-se a todos os membros da câmara baixa do parlamento russo, além de 27 outras entidades e indivíduos que apoiaram Moscovo na sua "violação do direito internacional", incluindo "bancos que financiam os decisores políticos na Rússia".

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"Este pacote de sanções que foi aprovado por unanimidade pelos Estados-membros vai doer, e vai doer muito, à Rússia", frisou Josep Borrell em conferência de imprensa conjunta com o ministro francês dos Negócios Estrangeiros, país que preside neste semestre ao Conselho da UE.

Em concreto, as sanções aprovadas abrangem 27 indivíduos e entidades e 350 membros da câmara baixa do parlamento russo (Duma).

No que toca às sanções financeiras, preveem-se restrições às relações económicas da UE com as duas regiões separatistas, de Donetsk e Lugansk, bem como o congelamento de bens de dois bancos privados russos, especificou Josep Borrell.

Ainda assim, "estas sanções são apenas parte da resposta" do bloco europeu, garantiu, deixando em aberto a possibilidade de surgirem outras formas de recriminar as atuações de Moscovo em breve.

Borrell adiantou que as sanções têm como objetivo "impedir a Rússia de ter acesso ao mercado de capitais europeus" e "isolar a Rússia económica e financeiramente", assinalou.

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No início da intervenção, Josep Borrell afirmou que a atuação da Rússia "já era expectável", insistindo que o reconhecimento da independência dos territórios separatistas por Moscovo constitui "uma violação dos acordos de Minsk".

Numa publicação no Twitter, o chefe da diplomacia europeia precisou que as respetivas sanções vão atingir , além das 27 entidades e personalidades dos setores da "política, exército, comércio e media", "351 membros da Duma que votaram para o reconhecimento das repúblicas autoproclamadas de Donetsk e Lugansk" e as "relações económicas entre as duas regiões separatistas e a União Europeia".

Além disso, o bloco europeu quer "atingir a capacidade da Rússia de aceder ao capital e aos mercados financeiros da UE", pode ler-se na mesma publicação.

"Estas ações estão a ser coordenadas com os nossos parceiros e aliados. Não há mais compras em Milão, festas em Saint Tropez, diamantes na Antuérpia. Este é um primeiro passo", declarou Borrell.

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O chefe da diplomacia europeia não nomeou os visados, mas, do lado britânico, as sanções aprovadas esta segunda-feira visam três personalidades, identificadas como Gennady Timchenko, Boris Rotenberg e Igor Rotenberg e os bancos Rossiya, IS Bank, General Bank, Promsvyazbank e o Black Sea Bank.

Segue-se agora uma reunião dos embaixadores dos Estados-membros junto da UE, para o aval final do pacote de sanções, ainda esta terça-feira.

A posição da UE surge após o Presidente russo, Vladimir Putin, ter assinado, na segunda-feira à noite, um decreto que reconhece as autoproclamadas repúblicas de Lugansk e de Donetsk, no Donbass (leste da Ucrânia), e de ter ordenado a mobilização do exército russo para “manutenção da paz” nestes territórios separatistas pró-russos.

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A decisão de Putin foi condenada pela generalidade dos países ocidentais, que temiam há meses que a Rússia invadisse novamente a Ucrânia, depois de ter anexado a península ucraniana da Crimeia em 2014.

Em 2014, a Rússia anexou a península ucraniana da Crimeia, depois da queda do Governo pró-russo em Kiev, e elaborou um referendo sobre o regresso do território à Federação Russa. Desde então, Kiev está em conflito com separatistas pró-russos no leste do país.

A guerra no leste da Ucrânia entre as forças de Kiev e milícias separatistas fizeram até ao momento mais de 14 mil mortos, de acordo com as Nações Unidas.

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