Já fez LIKE no CNN Portugal?

MNE diz que candidatura ao Conselho de Segurança da ONU gera "expectativa muito positiva"

João Gomes Cravinho participa na 77.ª sessão da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas em Nova Iorque

O ministro dos Negócios Estrangeiros, que está em Nova Iorque com uma agenda intensa de contactos, tem encontrado "uma expectativa muito positiva" relativamente à candidatura portuguesa a um lugar não-permanente no Conselho de Segurança da ONU em 2027-2028.

Em declarações à agência Lusa e à Antena 1, em Nova Iorque, o ministro João Gomes Cravinho referiu que tem tido "contactos com países de todo o mundo" à margem da 77.ª sessão da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU).

PUB

Só na segunda-feira, reuniu-se com os seus colegas do Gana, da Gâmbia, de São Vicente e Granadinas, do Egito e da República Centro-Africana, entre outros países, e irá prosseguir as reuniões bilaterais durante toda a semana.

Segundo João Gomes Cravinho, "há uma expectativa muito positiva" em relação à candidatura de Portugal a um lugar de membro não-permanente do Conselho de Segurança da ONU no biénio 2027-2028.

"Aquilo que posso concluir das conversas de hoje é que há uma expectativa muito positiva, porque olham para Portugal como um construtor de pontes, um país que sabe dialogar com países muito diversos, das outras partes do mundo", reforçou.

O ministro salientou, por outro lado, que esta semana da Assembleia Geral da ONU "é uma oportunidade para contactar com países com experiências muito diversas" e para "compreender aquilo que são para esses países, muito diferentes, de diferentes partes do mundo, os grandes problemas internacionais com que se confrontam".

PUB

João Gomes Cravinho deu como exemplo a invasão da Ucrânia pela Federação Russa, uma guerra que tem consequências económicas globais, mas "não é necessariamente a questão mais importante para países em outras partes do mundo".

"Uma parte muito importante do diálogo com esses países é procurar identificar maneiras de desenvolvermos uma abordagem comum", acrescentou.

O Conselho de Segurança, criado para manter a paz e a segurança internacionais em conformidade com os princípios das Nações Unidas, é um órgão com cinco membros permanentes, com direito de veto: Estados Unidos, Federação Russa, França, Reino Unido e República Popular da China.

Todos os anos, a Assembleia Geral elege cinco de um total de dez membros não-permanentes, que, nos termos de uma resolução da ONU, são distribuídos da seguinte forma: cinco africanos e asiáticos, um da Europa de Leste, dois da América Latina, dois da Europa Ocidental e outros Estados.

Portugal já foi membro não-permanente do Conselho de Segurança da ONU em 1979-1980, 1997-1998 e 2011-2012.

PUB

A Alemanha e a Áustria são também candidatas a integrar o Conselho de Segurança em 2027-2028. As eleições para os lugares a ocupar nesse biénio irão realizar-se em 2026.

Em janeiro de 2013, o então ministro dos Negócios Estrangeiros, Paulo Portas, anunciou que Portugal iria apresentar uma nova candidatura ao Conselho de Segurança para um mandato em 2027-2028 e pediu aos diplomatas portugueses que começassem desde logo a trabalhar nesse objetivo.

"Para quem pensa que ainda é muito longe, lembrem-se que sempre que fomos eleitos começamos a trabalhar muito cedo", disse na altura Paulo Portas, num seminário diplomático em Lisboa.

Em setembro do ano passado, o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, pediu a confiança dos Estados-membros da Assembleia Geral das Nações Unidas para um mandato de Portugal no Conselho de Segurança em 2027-2028.

"Nós não mudamos de princípios. E manteremos também o mesmo rumo, no caso de nos darem a vossa confiança para um mandato no Conselho de Segurança, daqui a cinco anos", afirmou Marcelo Rebelo de Sousa, na 76.ª sessão da Assembleia Geral da ONU, em Nova Iorque.

PUB