O parlamento israelita (Knesset) ratificou esta quinta-feira o novo governo liderado por Benjamin Netanyahu, formado com os seus parceiros ultraortodoxos e de extrema-direita.
O governo mais à direita da história de Israel foi aprovado com o voto favorável de uma maioria de 63 deputados dos seis partidos que compõem a coligação, três dos quais abertamente racistas e supremacistas judeus, segundo a agência espanhola EFE.
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Após a votação, Netanyahu prestou juramento como nono primeiro-ministro de Israel, o primeiro nascido no país desde a declaração da independência de 1948.
PrioridadesA missão do governo será “impedir os esforços do Irão para adquirir um arsenal nuclear”, disse Netanyahu, citado pela agência francesa AFP.
Netanyahu disse também que o seu executivo pretende “assegurar a superioridade militar de Israel na região”, ao mesmo tempo que procurará “alargar o círculo de paz” com os países árabes.
O novo executivo deverá reunir-se pela primeira vez ainda esta noite.
O partido Likud, liderado por Netanyahu, já tinha anunciado, na quarta-feira, que o novo governo vai “avançar e desenvolver colonatos em todas as partes de Israel, na Galileia, Negev, Montes Golã e Judeia e Samaria”, os nomes bíblicos para a Cisjordânia.
Líder há mais tempo no cargoBenjamin Netanyahu já liderou o governo entre 1996 e 1999, e novamente entre 2009 e 2021, num total de cerca de 15 anos, o que faz dele o primeiro-ministro mais tempo no cargo em Israel.
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Com a posse de hoje, Netanyahu iniciou o seu sexto mandato, depois de ter passado o último ano e meio como líder da oposição e enquanto enfrentava um julgamento por corrupção sob acusações de fraude, suborno e quebra de confiança.
Aos 73 anos, o “rei Bibi”, como lhe chamam os seus mais fervorosos apoiantes, recuperou o poder que lhe tinha sido retirado por uma coligação de partidos de todas as tendências em junho de 2021.
A derrota eleitoral que o relegou para líder da oposição foi vista por muitos como o crepúsculo da sua carreira política, mas Netanyahu prometeu, logo em 2021, que iria regressar ao poder, e assim aconteceu.
Para isso, venceu as eleições de 1 de novembro deste ano, em que elegeu 32 dos 120 deputados do Knesset, insuficientes, no entanto, para o seu Likud formar um governo sem alianças.
Árduas negociaçõesConseguiu a maioria parlamentar necessária após um mês e meio de árduas negociações com outros partidos para formar uma coligação que integra a extrema-direita e ultraortodoxos, com posições racistas, antiárabes e homofóbicas.
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O Likud e o partido Judaísmo Unido da Torá (formado por dois partidos políticos ultraortodoxos, o Agudat Israel e o Degel HaTorá) assinaram o acordo de coligação na quarta-feira.
A imprensa israelita noticiou que o acordo inclui uma série de mudanças sobre o papel da religião no Estado, incluindo a obrigação de separar homens e mulheres nos eventos públicos.
Os líderes dos partidos da oposição divulgaram uma declaração, na terça-feira, em que prometem colaborar para enfrentar um governo que consideram demasiado religioso e extremista.
Prometeram também revogar a “legislação extremista que prejudica a democracia, a segurança e a economia da sociedade israelita”, quando voltarem ao poder.
Homossexual á frente do ParlamentoAntes da votação sobre o governo, o Knesset elegeu o seu presidente, o deputado do Likud Amir Ohana, que viu deputados dos partidos ortodoxos que integram a nova coligação abandonarem o hemiciclo quando tomou posse como membro do parlamento em 2015, por ser homossexual.
Numa declaração citada pelo diário israelita Haaretz, o líder do partido Noam, que o jornal qualifica como homofóbico, Avi Maoz, disse que nada tem contra a comunidade LGBT, mas que se opõe ao conceito enquanto ideologia.
“Nas minhas ações e declarações públicas não há nada dirigido contra pessoas específicas, mesmo que sinta dor por aqueles que vivem e agem contrariamente à Tora”, o livro sagrado dos judeus, disse Maoz, novo vice-ministro do gabinete do primeiro-ministro.
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