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'Polícia da moralidade' do Irão poderá ser substituída por “novas tecnologias”

Mais de 400 pessoas terão morrido no Irão em cerca de três meses de protestos

O Centro de Promoção da Virtude e Proibição do Vício do Irão afirmou esta segunda-feira “que a missão da polícia da moralidade terminou”, mas sublinhou que estão a ser estudadas novas tecnologias para controlar o vestuário das mulheres.

“A missão das patrulhas da polícia da moralidade terminou”, declarou Ali Janmohamadi, porta-voz do Centro de promoção da virtude e proibição do vício, em declarações ao diário Jamaran.

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No entanto, Janmohamadi indicou que “estão a ser tomadas decisões sobre a castidade e o véu, para que, se Alá quiser, se apliquem num âmbito mais moderno, com o uso de novas tecnologias”.

O funcionário defendeu que existe um forte sentimento popular para que se respeitem “a castidade e o 'hijab'”, véu feminino, pelo que “as autoridades policiais e judiciais devem tomar medidas”.

As autoridades iranianas utilizam tecnologias, incluindo câmaras rodoviárias, para multar as mulheres que conduzem sem o véu obrigatório, e que podem implicar até dois meses de prisão.

O regime iraniano está confrontado há mais de dois meses com protestos após a morte de Mahsa Amini, detida pela 'polícia da moralidade' por uso incorreto do véu, e desde então esta unidade especial deixou de percorrer as ruas do país.

As revoltas iniciaram-se devido à morte da jovem curda mas adquiriram nova dimensão, com os manifestantes a questionarem a República Islâmica fundada pelo ayatollah Ruhollah Khomeini em 1979.

Em cerca de três meses de protestos, e segundo diversas organizações, terão sido mortas mais de 400 pessoas e cerca de 2.000 acusadas de diversos delitos pela participação nos protestos, com seis condenações à morte.

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