Nove dias depois da morte de Mahsa Amini, após ser detida pela polícia da moralidade por usar o véu obrigatório no país alegadamente de forma errada, parece que os protestos estão a acalmar, mas é difícil analisar a situação, dadas as restrições impostas pelo Governo à internet e à informação.
As redes móveis são cortadas à tarde e à noite, e a situação da internet fixa piorou com operadoras como a Mobinnet a ter “apagões”, explicou a NetBlocks, uma plataforma que estuda a censura ‘online’.
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As autoridades não avançam com números oficiais de mortos e detidos, mas televisão estatal iraniana avança com 41 vítimas mortais. Quanto aos detidos, o valor já ascende a 1.186, escreve a agência Reuters. A agência de notícias Mehr, também avançou, este domingo, que entre as vítimas mortais estão oito elementos da Guarda Revolucionária.
Ainda segundo a Reuters o ministro dos Negócios Estrangeiros do Irão, Hossein Amirabdollahian, também criticou, este domingo, o apoio dado pelos Estados Unidos aos manifestantes. Segundo a Efe, o embaixador britânico foi convocado em protesto contra a divulgação de notícias pelos órgãos de comunicação social do Reino Unido em relação à morte da jovem Mahsa Amini nas instalações policiais. O Ministério dos Negócios Estrangeiros do Irão também convocou o embaixador norueguês por comentários de “ingerência” do presidente do Parlamento, Masud Gharahjani, sobre os protestos no Irão, através da rede social Twitter.
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O Comité para a Proteção dos Jornalistas avançou que, nos últimos dias, pelo menos 18 jornalistas foram detidos.
Este domingo, pelo segundo dia consecutivo, o Governo iraniano voltou a mobilizar milhares de cidadãos em todo o país em marchas contra os protestos por causa de Amini.
Estes manifestantes exibiram cópias do Alcorão, bandeiras iranianas e fotos do líder supremo Ali Khamenei em Teerão, onde marcharam cantando “morte ao manifestante” e “morte ao insurrecto”, mas também os habituais “morte à América” e “morte a Israel”, que acusam de estarem por detrás dos protestos. Defenderam ainda a aplicação da lei com ‘slogans’ de apoio à polícia e ao líder Khamenei.
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