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Realizador iraniano Jafar Panahi libertado em Teerão depois de greve de fome

Realizador foi detido em julho de 2022, porque se apresentou em tribunal para acompanhar a detenção de um colega

O realizador iraniano Jafar Panahi foi libertado hoje, dois dias depois de ter iniciado uma greve de fome numa prisão em Teerão, revelou hoje o Centro pelos Direitos Humanos no Irão.

De acordo com a agência France-Presse, que cita aquela organização não-governamental sediada em Nova Iorque, Jafar Panahi foi libertado hoje depois de ter sido paga uma caução.

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Jafar Panahi, 62 anos e um dos mais acarinhados e premiados realizadores iranianos da atualidade, iniciou na quarta-feira uma greve de fome, em protesto por continuar detido na prisão de Evin, em Teerão, mesmo depois de a sua sentença de prisão ter sido declarada nula.

Jafar Panahi foi detido a 11 de julho de 2022, porque se apresentou em tribunal para acompanhar a detenção de um outro realizador iraniano, Mohammad Rasoulof, no âmbito de protestos contra o governo do Irão.

Com aquela detenção, as autoridades reativaram uma sentença, de seis anos de prisão, que tinha sido declarada contra Panahi em 2010, à qual se juntou uma proibição de saída do país, por "propaganda contra o regime".

No entanto, em outubro, o Supremo Tribunal do Irão anulou a aplicação daquela sentença e ordenou um novo julgamento, mas Jafar Panahi, 62 anos, permanecia detido.

“Recusar-me-ei a comer, beber e a tomar qualquer medicação até à minha libertação. Permanecerei nesta situação até que, talvez, o meu corpo sem vida seja libertado da prisão”, afirmou o realizador na quarta-feira, em comunicado, quando começou a greve de fome.

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Jafar Panahi obteve um Leão de Ouro em 2000, no festival de cinema de Veneza, pelo filme "O Círculo", e o Prémio de Melhor Argumento, em Cannes, em 2018, com "Três Faces", três anos depois de ter conquistado o Urso de Ouro, em Berlim, por "Táxi".

Este filme, também conhecido por "Taxi Teerão", foi realizado e protagonizado clandestinamente pelo próprio Panahi, depois de ter sido proibido pelo governo iraniano de voltar a filmar, durante 20 anos.

Apesar de todas as restrições, Panahi continua a filmar e o mais recente filme, “Ursos não há”, premiado em 2022 em Veneza, está atualmente nas salas de cinema em Portugal.

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