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Aumentos salariais fazem subir custo do trabalho para as empresas

As horas efetivamente trabalhadas por trabalhador registaram aumentos em todas as atividades económicas, em especial na construção

O índice de custo do trabalho subiu 3,5% no segundo trimestre, face a igual período de 2022, quando nos três precedentes tinha subido 6,7%, divulgou esta sexta-feira o Instituto Nacional de Estatística (INE).

Este aumento resulta "sobretudo dos acréscimos nos custos não salariais por hora efetivamente trabalhada (4,6%) e nos custos médios por trabalhador (7,2%)", refere o INE.

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No primeiro trimestre, "tinha aumentado 6,7%".

Os custos salariais (por hora efetivamente trabalhada) "aumentaram 3,3% e os outros custos (também por hora efetivamente trabalhada) aumentaram 4,6%, em relação ao mesmo período do ano anterior", adianta o INE.

A evolução homóloga do índice de custo do trabalho (ICT) "também resultou do acréscimo de 7,2% no custo médio por trabalhador e do acréscimo de 3,6% no número de horas efetivamente trabalhadas por trabalhador".

O INE adianta que o aumento "da primeira componente foi transversal a todas as atividades económicas, tendo os aumentos sido menores do que os observados no trimestre anterior".

A Administração Pública registou "a menor variação" (6,5%) e a Construção a maior (8,8%).

"As horas efetivamente trabalhadas por trabalhador também registaram aumentos em todas as atividades económicas, tendo o maior acréscimo sido observado na Construção (5,8%) e o menor na Administração Pública (0,9%)", lê-se no documento.

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Face a estas variações, "o ICT aumentou em todas as atividades económicas, tendo o maior acréscimo sido registado na Administração Pública".

No segundo trimestre, "os custos salariais registaram acréscimos entre 1,1%, na Construção, e 5,2%, na Administração Pública".

No trimestre anterior, "todas as atividades económicas tinham registado acréscimos maiores do que os observados neste trimestre", adianta o INE, referindo que "os custos não salariais, à semelhança dos custos salariais, também registaram aumentos inferiores aos do trimestre precedente".

O aumento menos acentuado dos custos, salariais e não salariais, "ficou a dever-se ao maior acréscimo no número de horas efetivamente trabalhadas por trabalhador, em todas as atividades, quando comparado com o trimestre anterior".

De acordo com o INE, os custos não salariais tiveram "variações superiores às dos custos salariais em todas as atividades económicas", o que poderá ser explicado "pelo regime extraordinário de diferimento do pagamento de contribuições à Segurança Social" e pela "normalização das contribuições patronais das empresas".

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O regime extraordinário de diferimento do pagamento de contribuições à Segurança Social estabeleceu que "o pagamento das contribuições referentes aos meses de março, abril, maio e junho de 2022 poderia ser feito de modo faseado – um terço do valor no mês em que era devido e os restantes dois terços em prestações (até um máximo de seis) a partir de agosto de 2022".

O INE recorda que, durante a pandemia de covid-19, as empresas que aderiram ao regime de 'layoff' simplificado, ao Apoio Extraordinário à Retoma Progressiva ou ao Novo Incentivo à Normalização da Atividade Empresarial, ficaram isentas ou parcialmente dispensadas do pagamento das contribuições patronais.

"A partir do segundo trimestre de 2021, o pagamento das contribuições patronais foi retomado progressivamente e, no segundo trimestre de 2022 (trimestre homólogo com o qual estão a ser comparados com os resultados agora divulgados para o segundo trimestre de 2023), um conjunto de entidades empregadoras beneficiavam, ainda, destas medidas, o que se reflete nas variações homólogas analisadas", explica o INE.

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