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Treinador do Länk e a estreia de Courtney Reum: «Tomei uma decisão como pai»

Sérgio Machado fala numa «decisão difícil», mas que não poderia «pôr em causa» os seus jogadores, para que «não voltem a passar por aquilo que passaram»

O treinador do Länk Vilaverdense, Sérgio Machado, reconheceu este domingo que a decisão de colocar o norte-americano Courtney Reum em campo – estreou-se aos 45 anos, ao entrar aos 86 minutos do jogo com o Torreense – foi difícil e foi contra os seus princípios, mas que foi sobretudo a olhar como «pai» para os seus «filhos», em alusão aos jogadores.

«Respondendo à pergunta que provavelmente vão fazer: esta semana foi difícil. Ser mais frontal não posso ser: até neste momento, nos últimos minutos de jogo, tomei uma decisão, se calhar não como treinador, mas como pai deste grupo. A decisão foi difícil, mas teria de o fazer. Mais do que pai, tive de olhar pelo bem dos meus filhos e senti que estes últimos dez minutos ajudam muito a que os meus jogadores não voltem a passar por aquilo que passaram», afirmou Sérgio Machado, em declarações à SportTV, após a derrota por 1-0 ante o Torreense, resultado que confirmou a descida do Länk Vilaverdense à Liga 3, no jogo da 32.ª e antepenúltima jornada da II Liga, confirmando que se referia à situação em torno de Courtney Reum.

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Questionado sobre se o empresário norte-americano, que é cunhado da celebridade Paris Hilton e nunca jogou futebol profissional, pode ser uma tábua de salvação par o Länk Vilaverdense, Sérgio Machado disse não poder alongar-se muito sobre isso.

«A única coisa que posso dizer é que foi difícil. Até porque sou treinador. E passar por esta fase... muita coisa veio à minha cabeça. Mas mais do que pensar se calhar como treinador e como líder, nunca na minha vida podia pôr em causa os meus jogadores. Tinha de tomar decisões que poderiam ir, se calhar, contra alguns princípios meus. Mas mais importante do que os meus princípios, era o bem deles [ndr: jogadores]. Eles merecem tudo da minha parte», concluiu Sérgio Machado, já depois de, inicialmente, ter repassado a caminhada da época e os obstáculos existentes.

«Tenho orgulho nos jogadores que tenho. São homens, são sérios, passámos por muito e fomos sempre crescendo como equipa. Fomos sempre dando as mãos. É difícil, no futebol profissional, apanhar um grupo como apanhei este ano. Fomos obrigados a crescer semana após semana, eram muitas dificuldades. Em dezembro, passámos por algo complicado, conseguimo-nos erguer, todos puseram em equação se valia a pena ou não continuarmos aqui. Até para mim, como treinador, foi uma decisão complicada, porque sabia que iríamos entrar em guerras diferentes, porque tudo alterou: o jogar fora de casa, passar a jogar a 50 quilómetros para 300, ter um plantel com 16 a 17 jogadores. Jogadores que se calhar tinham mais tendência a ser titulares, saíram. Se já antes era difícil, ficou mais complicado. Mas na hora da tomada de decisão, senti que não podia abandoná-los. Chego ao fim a dizer que tenho orgulho em ter sido líder deste grupo, porque sou treinador. Dar os parabéns aos jogadores, foram guerreiros, fizeram com que me sentisse treinador. Semana após semana tinha de reinventar-me, procurar soluções em coisas que se calhar já ninguém acreditava», referiu.

O Länk Vilaverdense, que esta época perdeu um ponto administrativamente devido a incumprimentos financeiros e falhou controlos salariais da Liga, é 18.º e último classificado, com 23 pontos.

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