A Rússia voltou a lançar fortes e generalizados ataques contra várias cidades da Ucrânia, atacando sobretudo infraestruturas que fornecem energia ou água, como tem acontecido nas últimas semanas. Como resultado, várias cidades, entre as quais Kiev e Lviv, ficaram às escuras. Estes ataques ocorreram no dia em que o Parlamento Europeu aprovou uma moção que declara a Rússia como um Estado patrocinador de terrorismo.
Os avisos sonoros a indicar novos ataques soaram pouco depois da hora de almoço na Ucrânia, tendo sido ativados em praticamente todo o país. Desocupada desde abril, e depois de vários meses sem ser alvo de ataques, a capital ucraniana voltou, como há uns dias, a ser bombardeada. Em Kiev os mísseis caíram em zonas residenciais, atingindo objetos que suportam as redes de abastecimento de energia e de água do país.
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Esses mesmos ataques resultaram na morte de tsete pessoas, provocando ainda seis feridos, de acordo com a administração local, que indicou ainda a existência de mais de 30 feridos. O chefe regional da administração militar, Oleksii Kuleba, confirmou pouco depois que toda a cidade estava sem eletricidade, isto numa altura em que o inverno está prestes a chegar a Kiev e em que os termómetros já começam a descer para os 20 graus negativos.
O autarca de Kiev, Vitali Klitschko, acrescentou que o abastecimento de água também foi cortado: “[Os mísseis] atingiram infraestruturas críticas da capital. Fiquem nos abrigos. A alerta continua”.
Como Kiev, também Lviv, Kremenchuk, Poltava ou Mykolaiv foram regiões atacadas. De Lviv chegaram relatos de cortes totais na energia, o que foi posteriormente confirmado pelo autarca, Andriy Sadovyi, que avisou ainda para a possibilidade de interrupções nos fornecimentos de eletricidade ou água nos próximos dias.
Na região de Kharkiv, que faz fronteira com a Rússia a norte e a este, também foram registados ataques. Um deles foi partilhado pelo conselheiro do Ministério da Administração Interna.
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Russian rocket flying over Kharkiv region. Ukrainians often see this in the skies. It's horrifying. I hope we will receive modern planes and air defense systems. pic.twitter.com/XOQspWX1GM
— Anton Gerashchenko (@Gerashchenko_en) November 23, 2022
Entretanto, e como consequência dos ataques, a empresa que gere a rede de energia nuclear da Ucrânia informou que todos os reatores das centrais nucleares do país foram desligados. Segundo a Energoatom, isso deveu-se a uma “queda na frequência do sistema de energia” do país. Recorde-se que grande parte da energia consumida na Ucrânia chega a partir das centrais nucleares. Para já, e para salvaguardar eventuais riscos, a proteção de emergência foi ativada em Rivne, Pivdennoukrainsk e Khmelnytskyi.
“Atualmente estão a funcionar em modo de projeto, sem gerar energia para o sistema doméstico”, acrescentou a Energoatom.
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Os ataques russos ultrapassaram também as fronteiras, deixando grande parte da Moldova sem energia, até porque aquele país depende, em grande parte, do sistema elétrico ucraniano. O vice-primeiro-ministro do país informou que havia um apagão “maciço” no país, ao mesmo tempo que a Moldelectrica, a empresa energética do país, está a trabalhar para tentar recuperar mais de 50% da energia do país.
Estes ataques levaram o ministro dos Negócios Estrangeiros da Moldova, Nicu Popescu, a convocar o embaixador da Rússia depois de os ataques na Ucrânia terem deixado o país “no escuro, outra vez”.
Russia’s attacks on Ukraine’s energy infrastructure have left Moldova in the dark, again.
Massive blackouts across the country, including Chisinau and the @MoldovaMFA building.
I instructed that Russia’s ambassador be summoned for explanations.
— Nicu Popescu (@nicupopescu) November 23, 2022
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