O fundador do regimento Azov da Ucrânia, Andrei Biletsky, acusou na segunda-feira as tropas russas de usarem substâncias químicas em Mariupol, causando três feridos.
Numa mensagem na plataforma Telegram, Biletsky alegou que a Rússia utilizou uma substância venenosa de origem desconhecida, que foi largada por um drone na fábrica Azovstal em Mariupol.
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Horas antes, o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky tinha dito que a utilização de armas químicas pelo exército russo já foi discutida com os líderes mundiais" e considerou que "este momento significa que é necessário reagir à agressão russa de forma muito mais forte e rápida".
As palavras do chefe de Estado ucraniano surgiram após as declarações de Eduard Basurin, porta-voz dos separatistas da República Popular de Donetsk, que afirmou que a Rússia deveria trazer “forças químicas” para utilizar em Mariupol.
“Encaramos esta ameaça da maneira mais séria possível”, referiu Zelensky.
Em respostas às acusações, as forças separatistas pró-Rússia da região de Donetsk, citadas pela agência Interfax, afirmaram na manhã de terça-feira que não utilizaram armas químicas na cidade de Mariupol.
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Os EUA já reagiram através do porta-voz do Pentágono, John Kirby, que afirmou, na noite de segunda-feira, que não está em condições de confirmar relatos de que as forças russas tenham utilizado armas químicas em Mariupol, mas assumiu a preocupação perante esse cenário. O eventual uso dos chamados agentes químicos de controlo de motins está a ser acompanhado de perto pela estrutura militar dos EUA, disse Kirby.
"Estes relatórios, se verdadeiros, são profundamente preocupantes e refletem as preocupações que temos tido acerca do potencial da Rússia para utilizar uma variedade de agentes antimotim, incluindo gás lacrimogéneo misturado com agentes químicos, na Ucrânia", disse Kirby.
O porta-voz do Pentágono assumiu também o receio de que, sob a liderança de um general que construiu a sua reputação com crimes de guerra a Síria, a nova ofensiva russa no Donbass possa ser a oportunidade para mais crimes de guerra russos.
"Infelizmente podemos esperar que continuem as mesmas táticas brutais, e o mesmo desrespeito pela vida dos civis e pelas infraestruturas civis, conforme se focam numa área geograficamente mais reduzida", disse Kirby numa conferência de imprensa.
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Também a secretária de Estado dos Negócios Estrangeiros do Reino Unido disse, numa publicação no Twitter, que o governo britânico está a tentar "verificar detalhes", junto dos seus parceiros, sobre o alegado uso de armas químicas por parte das tropas russas.
Liz Truss escreveu ainda que "qualquer uso deste tipo de armas seria um escalar cruel deste conflito". A confirmar-se "Putin e o seu regime serão responsabilizados".
Reports that Russian forces may have used chemical agents in an attack on the people of Mariupol. We are working urgently with partners to verify details. Any use of such weapons would be a callous escalation in this conflict and we will hold Putin and his regime to account.
— Liz Truss (@trussliz) April 11, 2022
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