Os chefes da diplomacia da NATO participam esta sexta-feira numa reunião extraordinária, em formato virtual, para discutir o reforço militar da Rússia na Ucrânia e junto da fronteira ucraniana, bem como “questões mais amplas da segurança europeia”.
A Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO) anunciou na passada terça-feira a convocação desta reunião extraordinária dos ministros dos Negócios Estrangeiros dos 30 Estados-membros da aliança militar, incluindo Portugal, precisando na altura que o encontro seria presidido pelo secretário-geral, Jens Soltenberg.
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Este encontro extraordinário antecede uma semana que será marcada por um conjunto de importantes reuniões no âmbito da tensão militar observada entre a Rússia e a Ucrânia e do clima de preocupações ocidentais em relação às manobras de Moscovo.
O primeiro encontro da semana está agendado para 10 janeiro em Genebra (Suíça), onde os Estados Unidos (membro da NATO) e a Rússia vão debater as questões da Ucrânia e de controlo do armamento nuclear.
Ainda no dia 10 de janeiro, o secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg, e o chefe da diplomacia da Ucrânia, Dmytro Kubela, vão reunir-se em Bruxelas, na sede da Aliança Atlântica.
Segue-se uma reunião do Conselho NATO/Rússia (fórum de diálogo), agendada para 12 de janeiro, e um encontro entre a Rússia e a Organização para a Segurança e Cooperação da Europa (OSCE), da qual também fazem parte os Estados Unidos, a 13 de janeiro.
Ao convocar a reunião desta sexta-feira, Stoltenberg indicou ter mantido um diálogo com a ministra dos Negócios Estrangeiros do Reino Unido, Liz Truss, sobre o “reforço militar contínuo, não provocado e inexplicado da Rússia na Ucrânia e em redor” daquele país.
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O responsável da Aliança Atlântica tem lamentado repetidamente a decisão de Moscovo de suspender a sua missão junto da NATO, bem como o encerramento da representação da Aliança Atlântica em Moscovo, após a retirada de credenciais a oito diplomatas russos por alegada espionagem.
Stoltenberg tem vindo a manifestar por diversas vezes a Moscovo a sua disponibilidade para retomar o diálogo no seio do Conselho NATO/Rússia, órgão de cooperação criado em 2002, atualmente suspenso devido ao conflito no leste da Ucrânia, que envolve desde 2014 as tropas de Kiev e forças separatistas pró-russas.
Nas últimas semanas, a NATO manifestou apoio à integridade territorial da Ucrânia face ao reforço de militares que o Kremlin terá feito na fronteira e alertou a Rússia de que responderá com “determinação” a um possível ataque.
Moscovo nega qualquer intenção bélica e afirmou sentir-se ameaçado “pelas provocações” de Kiev e da NATO.
A Aliança Atlântica lembrou que todos os países, incluindo a Ucrânia, devem decidir livremente se aderem à NATO, numa resposta ao pedido de Moscovo para que a organização militar ponha de lado a promessa a Kiev de que poderá aderir no futuro.
Essa é uma das exigências que Moscovo fez à NATO e aos Estados Unidos para concordar com um novo quadro de segurança na Europa.
O Kremlin também pediu à Aliança Atlântica para afastar as manobras militares das fronteiras russas e a Washington para se juntar à moratória unilateral sobre a instalação de mísseis de curto e médio alcance na Europa.
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