O presidente da Câmara de Cascais considera que o PSD se tornou num partido "irrelevante na política nacional" e que precisa de tomar uma atitude para não colocar em causa a "própria sobrevivência".
Em entrevista à Renascença, Carlos Carreiras critica a campanha às legislativas feita por Rui Rio e lança Luís Marques Mendes como sucessor na liderança do partido.
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"Há um que me parece evidente, que está sempre atual e bem informado que é Marques Mendes. Seria um senador com condições para agregar os vice-presidentes, que seriam os presidentes executivos por regiões, onde somos relevantes".
Confessando ainda não ter falado com o social-democrata sobre o assunto, Carlos Carreiras descarta ainda uma possível candidatura em nome próprio, justificando o seu compromisso com a autarquia, tal como Carlos Moedas, mas aponta Ricardo Rio como um dos autarcas que "podia estar disponível" para "apanhar o que ainda resta dentro do partido".
Carlos Carreiras diz ainda que não ficou surpreendido com o resultado das eleições e que "nunca" acreditou numa possível vitória, até porque aponta problemas "estruturais" ao partido que, segundo diz, foram acentuados "pela chefia do partido".
"Fiquei triste e preocupado. (...) Acho que é mais profundo, é um problema estrutural do PSD mas que foi muito acentuado pela chefia do partido. Nós não tivémos uma liderança, mas antes um mau chefe de facção. Não vale a pena dizer, como ouvi uma vice-presidente do partido (Isabel Meireles) na noite das eleições afirmar que a culpa é do povo. Ninguém está a pensar que mandamos o povo embora e depois arranjamos outro para votar no PSD".
Questionado sobre a saída de Rui Rio da liderança do PSD e se isso pode significar o fim do partido, o autarca lembra que o PSD "está numa situação muito difícil".
"Eu não quero dramatizar, mas acho que o PSD está numa situação muito difícil. Primeiro é um partido que se tornou irrelevante na política nacional e pode pôr em causa a própria sobrevivência do partido".
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