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Nuno Melo anuncia candidatura ao CDS: "O partido está ferido, mas não de morte"

O eurodeputado quer aproveitar o resultado eleitoral “trágico” e torná-lo “num recomeço”, porque “o CDS faz falta a Portugal

Nuno Melo, eurodeputado do CDS-PP, anunciou esta terça-feira a candidatura à liderança do partido no próximo congresso, numa publicação nas redes sociais, onde afirma que o partido “está ferido, mas não de morte” e deixa uma garantia: no que depender de si, o “CDS não acaba aqui”.

O CDS-PP, sob a liderança de Francisco Rodrigues dos Santos, obteve um resultado histórico nas eleições legislativas de domingo ao não conseguir eleger um único deputado para o parlamento português. Nuno Melo quer aproveitar o resultado eleitoral “trágico” e torná-lo “num recomeço”, porque “o CDS faz falta a Portugal”.

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“O resultado alcançado pelo CDS nas eleições legislativas foi trágico, mas não pode ser encarado como o fim do partido, antes sim, como a oportunidade para um recomeço. O CDS faz falta a Portugal”, pode ler-se na publicação feita na sua conta de Facebook.

Para superar a crise em que os democratas cristãos se encontram, Melo pede para que os militantes “não baixem os braços” e que acreditem que “superar esta crise” é possível, num partido que sozinho governa seis autarquias e “muitas mais em coligação. O eurodeputado deixa ainda a garantia aos militantes do partido de que, apesar do CDS se encontrar no momento mais difícil da sua história, não vai virar costas e abandoná-lo. 

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"Nunca virei as costas ao meu partido e não abandono o CDS no momento mais difícil da sua história. Uma coisa quero garantir: no que de mim depender, o CDS não acaba aqui", reforça.

Nuno Melo afirma que vai fazer "um conjunto de contactos" para confirmar que estão reunidas as condições institucionais e práticos para que o CDS "possa começar um caminho novo, unificador, mobilizador e respeitador". Caso essas condições estejam reunidas, Melo avança para a presidência do partido no congresso. "Apurando-se esse quadro de normalidade, serei candidato à presidência do CDS no próximo congresso".

Vários líderes centristas têm vindo a expressar o seu desalento com a atual situação do CDS-PP, que consideram estar no "momento mais baixo da sua história". O antigo ministro da Economia e ex-dirigente centrista António Pires de Lima, que se desfiliou recentemente, considerou que o CDS-PP "morreu" no domingo e defendeu que vai "fazer muita falta à democracia portuguesa".

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Já o antigo deputado centrista João Almeida voltou a mostrar-se disponível para apoiar Nuno Melo, caso o eurodeputado se candidate à presidência do partido.

O CDS-PP foi o sétimo partido mais votado, tendo ficado à frente do Pessoas-Animais-Natureza (PAN) e do Livre em percentagem e número de votos, mas não conseguiu eleger qualquer deputado, ao contrário destes dois partidos, que elegeram um deputado cada um pelo círculo de Lisboa. O presidente do partido e cabeça de lista por Lisboa, Francisco Rodrigues dos Santos, assumiu "todas as responsabilidades" pelo resultado e anunciou que apresentou a demissão.

O PS alcançou a maioria absoluta nas legislativas de domingo e uma vantagem superior a 13 pontos percentuais sobre o PSD, numa eleição que consagrou o Chega como a terceira força política do parlamento. Com 41,7% dos votos e 117 deputados no parlamento, quando estão ainda por atribuir os quatro mandatos dos círculos da emigração, António Costa alcança a segunda maioria absoluta da história do Partido Socialista, depois da de José Sócrates em 2005.

O PSD conseguiu 27,8% dos votos e 71 deputados sozinho, subindo para 76 com os mandatos obtidos nas coligações da Madeira e dos Açores (com o CDS-PP nos dois casos e com o PPM nos Açores), enquanto o Chega alcançou o terceiro lugar, com 7,15% e 12 deputados, a Iniciativa Liberal (IL) ficou em quarto, com 5% e oito deputados, e o Bloco de Esquerda em sexto, com 4,46% e cinco deputados.

A CDU com 4,39% elegeu seis deputados, o PAN com 1,53% terá um deputado, e o Livre, com 1,28% também um deputado. O CDS-PP alcançou 1,61% dos votos, mas não elegeu qualquer parlamentar. A abstenção em território nacional desceu para os 42,04% depois de ter alcançado os 45,5% em 2019.

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