Os chefes de equipa de Medicina Interna e os Assistentes Hospitalares que desempenham funções de chefes de Balcão do Hospital de Cascais apresentaram a demissão em bloco numa carta enviada esta segunda-feira ao conselho de administração, a que a CNN Portugal teve acesso.
Os profissionais justificam a decisão por considerarem que "está em causa a qualidade da atividade assistencial prestada e a segurança dos doentes" da unidade de Saúde, que é gerida através do modelo de Parceria Público-Privada, sublinhando o facto de o "rácio médico-doente" no Serviço de Observação ser superior ao limites previstos nos regulamentos.
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Os médicos afirmam que têm assistido "de forma progressiva" à "degradação das condições de segurança dos doentes admitidos no Serviço de Urgência Geral" e a "qualidade" dos cuidados de saúde prestados pelos profissionais.
"Assim, ao número de doentes internados no Serviço de Observação, que extravasa significativamente a capacidade máxima prevista do mesmo, com rácios médico-doente claramente ultrapassados, vem acrescer a ausência grave de capacidade de resposta aos doentes que recorrem ao Balcão de Medicina, com um impacto completamente disruptivo na atividade do Chefe de Equipa e restantes elementos", pode ler-se no documento.
Entre as queixas do assistentes hospitalares está também a "escassez de condições materiais", com particular foco na falta de macas, que impede os profissionais de "cuidar, de forma segura e digna, dos doentes" enquanto estes aguardam internamento.
Os chefes de Equipa do Hospital de Cascais e Chefes de Balcão afirmam estar a assumir "de forma insustentável" cada vez mais tarefas e funções, com um elevado "desgaste físico, intelectual e psicológico".
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