Sabia que, em 2020, cada português produziu, em média, 1,4 kg de resíduos urbanos por dia? Segundo dados da Agência Portuguesa do Ambiente (APA), 64% do lixo produzido no ano passado foi depositado em aterro e apenas 8,9% seguiu para reciclagem. Bastante longe dos objetivos do SIGRE (Sistema Integrado de Gestão de Resíduos de Embalagens) estabelecidos para 2030.
Em menos de uma década, Portugal terá de cumprir uma meta muito ambiciosa: reciclar, pelo menos, 70%, em peso, do total dos resíduos de embalagens. Por outras palavras, quase ¾ das embalagens que vão para o lixo devem ser recicladas. O objetivo é difícil e não pode ser concretizado sem a colaboração de todos os intervenientes, desde os fabricantes e embaladores, passando pelos distribuidores, até aos consumidores.
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Além de assegurar que os resíduos de embalagem são corretamente encaminhados para valorização e reciclagem, a Novo Verde – Sociedade Gestora de Resíduos de Embalagens - estabeleceu como prioridade a sensibilização de todos os agentes envolvidos para o desenvolvimento de práticas sustentáveis, em defesa do nosso Planeta.
Embalagens: porque devemos reciclá-las?As embalagens são feitas com os recursos que o planeta nos dá, mas estes não são eternos. Ao fazer corretamente a separação de resíduos, garante que estas podem seguir para a reciclagem, evitando a extração de matérias-primas e prolongando o ciclo de vida dos materiais. Por exemplo, a reciclagem do plástico diminui o consumo de petróleo, a valorização das embalagens de metal evita a extração dos minérios, o vidro reciclado poupa recursos naturais minerais e a pasta de papel reciclada reduz o abate de árvores.
Da produção até casa: tipos de embalagensSão muitas as embalagens que nos rodeiam no dia a dia e todas (ou quase todas) têm uma função importante: envolver e armazenar os produtos por determinado período, com o objetivo de proteger e garantir a sua vida útil, possibilitando a sua distribuição e conservação. São também um veículo de informação ao consumidor, com destaque para as suas características, modos de utilização e ecoponto para a sua deposição.
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Existem três tipos de embalagens:
Em resumo: as embalagens primárias envolvem e protegem o produto, as secundárias agrupam as primeiras e as terciárias acomodam as primárias e as secundárias. Confuso? Vamos a um exemplo: o vinho. As garrafas que contêm o vinho são primárias, a caixa de cartão que agrupa várias garrafas é secundária e, por fim, a película de plástico que envolve a caixa de cartão ou a palete que ajuda a transportar um conjunto de caixas é uma embalagem terciária.
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Existem ainda as embalagens de serviço, utilizadas pelo setor da distribuição, comércio, serviços e restauração com o objetivo de acondicionar os produtos vendidos nas lojas. É o caso das cuvetes de transporte de comida take away ou os sacos da fruta.
Independentemente do tipo de embalagem, todas podem, e devem seguir para a reciclagem ou, em alternativa, serem reutilizadas para evitar o desperdício.
Da separação em casa ao destino final, se ainda tem dúvidas sobre que materiais devem seguir para os ecopontos amarelo, verde e azul, a Novo Verde dá-lhe algumas dicas simples que podem facilitar o processo de reciclagem.
Plástico e ECAL vão para… ecoponto amareloO ecoponto amarelo é o que suscita mais dúvidas. Então, vamos por partes, o que pode seguir para este contentor?
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Atenção: nem tudo o que é feito de plástico pode ser reciclado. É o caso dos talheres de plástico, escovas de dentes ou as antigas cotonetes. Apesar de terem plástico na sua composição, não podem ir para o ecoponto amarelo, pois não se tratam de embalagens. Coloque-os no lixo indiferenciado.
Aço e alumínio… o ecoponto amarelo, parte IIO ecoponto amarelo tem muito que se lhe diga. Além dos plásticos, das embalagens ECAL e da esferovite, também podem ser depositadas embalagens de metal, como o aço ou o alumínio. Este material é altamente reciclável, podendo, por exemplo, dar origem a novos componentes de automóvel. Por isso, fazer a reciclagem de metal é tão importante.
Coloque no ecoponto amarelo as latas de bebidas e refrigerantes, conservas, comida para animais, aerossóis, lacas, espumas de barbear ou desodorizantes.
No entanto, não deposite neste ecoponto objetos de metal, como talheres, tachos ou panelas, clipes ou agrafos, dado que não são embalagens. Pilhas, baterias, lâmpadas, telemóveis e outros equipamentos eletrónicos também não devem ir para o ecoponto amarelo. Os supermercados e municípios da sua área de residência têm locais próprios para entregar gratuitamente estes resíduos.
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Se tem dúvidas sobre o que pode colocar nos ecopontos azul e verde, fique a saber:
Para não inviabilizar a reciclagem do papel, não coloque neste contentor o papel autocolante, toalhetes, fraldas e papel de cozinha usados. São resíduos indiferenciados. As caixas de cartão devem ser espalmadas na medida do possível, para aumentar o espaço disponível nos ecopontos. O transporte torna-se mais eficiente e o ambiente agradece.
Mas nem todo o vidro deve ser encaminhado para o ecoponto verde. A composição do material utilizado para embalagens não é a mesma de outros tipos de vidro, como os copos ou espelhos. Se forem entregues no ecoponto podem inviabilizar um lote de vidro a reciclar. Para assegurar que o vidro será 100% reciclado, não coloque colocar acrílicos, espelhos, loiças, porcelanas, lâmpadas e materiais de construção.
As embalagens têm um papel importante na preservação e transporte dos bens que consumimos no dia a dia, mas também põem em causa a sustentabilidade do Planeta. Pequenos gestos hoje, podem fazer toda a diferença no futuro. Pronto para fazer a sua parte?
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